Aborto e estigma

Aborto e estigma são dois temas relacionados devido a preconceito e à discriminação vividos pela mulher que aborta.

Aborto e estigma são dois temas relacionados devido a preconceito e à discriminação vividos pela mulher que aborta. A maior parte das vezes a situação começa a acontecer nos próprios serviços de saúde onde a mulher recorre para realizar o seu aborto.

A relação existente entre aborto e estigma está presente em situações em cujo processo acontece de forma insegura, principalmente em serviços públicos onde os cuidados não são adequados e a discriminação é maior (Adesse, Jannotti, Silva, & Fonseca, 2016).

Este fenómeno acontece porque a mulher que faz um aborto é vista como alguém que está a realizar um processo que, em termos sociais é totalmente inaceitável (Vivas, Valencia, & Vélez, 2016).

Os vários estudos realizados sobre o assunto demonstram que mulheres com histórico de aborto carregam consigo sequelas não só devido ao estigma como devido aos estereótipos e por questões tanto legais como de assistência (Adesse, Jannotti, Silva, & Fonseca, 2016).

É comum, quando se aborda uma mulher que abortou sobre o processo do aborto, que a mesma apresente sentimento de culpa, baixa autoestima, vergonha, medo e, em grande parte dos casos, devido à forma como foi atendida nos serviços de saúde qualificados, onde há sempre o sentimento de estar a ser julgada pelo ato (Adesse, Jannotti, Silva, & Fonseca, 2016). Verifica-se também que a forma como o aborto é visto, é avaliada com diferentes graus de gravidade de acordo com a idade da mulher, já que se verifica maior grau de severidade em idades mais avançadas (Vivas, Valencia, & Vélez, 2016).

De acordo com estas indicações, o que se entende por aborto e estigma mostra-nos que o primeiro não é algo natural nem necessário quando acontece o segundo, mas sim, uma questão de desigualdade de poder (Vivas, Valencia, & Vélez, 2016).

Conclusão

Verificamos que a relação entre aborto e estigma tem a ver com a discriminação de que é alvo a mulher que aborta, mesmo nos próprios serviços de saúde. Acontece devido ao facto de o aborto ser visto como algo errado perante a sociedade, o que faz com que a gestante traga sequelas para a sua vida e desenvolva sentimento de culpa, vergonha, medo, insegurança, entre outros, devido à forma como é tratada. Muitas vezes a forma como ocorre a operação é desprovida de quaisquer cuidados o que faz com que a situação se torne ainda mais delicada.

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References:

  • Adesse, L, Jannotti, C.B, Silva, K.S, & Fonseca, V.M. (2016). Aborto e estigma: uma análise da produção científica sobre a temática. Ciência & Saúde Coletiva, 2(12): 38 193832;
  • Vivas, M.M, Valencia, S, & Vélez, A..G. (2016). El estigma n la prestación deservicios de aborto: características y consecuencias. Hacia la protección de los professionales de la salud. Grupo Médico por el Derecho a Decidir – Colombia RedGlobal Doctors for Choice. Setiembre de 2016.
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