Laços familiares

Os laços familiares dizem respeito à construção de relações interdependentes entre os membros da família.

Laços familiares

Os laços familiares dizem respeito à construção de relações interdependentes entre os membros da família. A base para os mesmos começa a ser construída entre pais e filhos e vai ditar a forma como a família vai crescendo e se desenvolvendo.

Segundo Oliveira e Goulart (2016) a família tem passado por diversas transformações ao longo dos tempos, principalmente, com a emancipação da mulher que a tornou também chefe de família.

Deste modo, alguns autores assumem que os laços familiares foram mudando, tendo em conta a forma como a mesma se definia no século XIX em que o chefe era quem dominava toda a dinâmica familiar, assumindo o seu papel patriarcal e com mais alusão ao poder do que aos laços afetivos (Oliveira, & Goulart, 2016). Nestes tempos, mais do que laços familiares, predominava a procriação e a procura da riqueza (Oliveira, & Goulart, 2016).

Falamos aqui de mudanças desde a revolução industrial, até onde o homem trabalhava na indústria e a mulher tinha como função cuidar dos filhos e do lar (Oliveira, & Goulart, 2016).

Nos dias de hoje, sabemos que parte fundamental do desenvolvimento saudável da criança é a promoção de uma família unida por laços fortes e seguros (Serafim, 2008).

Quanto à mudança, propriamente dita, de acordo com os trabalhos de Oliveira e Goulart (2016) a revolução não foi apenas ao nível da indústria e ao nível da emancipação da mulher, mas mesmo até ao nível sexual devido à entrada da mulher no mercado de trabalho. Por esta altura, a responsabilidade de cuidar dos filhos passa a ser dividida pelo casal (Oliveira, & Goulart, 2016).

No que diz respeito à responsabilidade passou a ser de ambos os membros do casal em relação aos filhos, outros estudos levados a cabo por diferentes autores, demonstram a importância de ambos os conjugues no que diz respeito à garantia de que todas as necessidades dos filhos são atendidas (Serafim, 2008).

De acordo com os trabalhos de Passos (2011) são os laços familiares que constroem as relações parentais incluindo a capacidade de desenvolver sentimentos de afeto entre os membros.

Em termos históricos quando se dá a revolução ao nível da dinâmica familiar, a mesma acaba por influenciar diretamente nos laços familiares, outrora mais distantes, já que começa a ser construída uma relação similar entre os pais e os filhos (Oliveira, & Goulart, 2016).

Este processo mexeu com todas as questões associadas as famílias já que os laços familiares começaram a promover diferentes pontos da vida da família que estavam, até então, postos de parte, isto é, a noção de felicidade em que o amor é introduzido na vida sexual dos casais (Oliveira, & Goulart, 2016). Isto levou a que o amor romântico se tornasse peça fundamental na construção de relacionamentos entre os conjugues, o que se traduziu em permanência da relação entre o casal (Oliveira, & Goulart, 2016).

Deste modo, Oliveira e Goulart (2016) preocupam-se com o facto de, uma vez existindo laços entre pais e filhos de forma equivalente, é importante compreender que esses laços se mantêm mesmo que ocorra uma separação entre o casal, já que os filhos continuam a precisar de ambos os progenitores para se desenvolver de forma saudável enquanto se preparam para o mundo (Oliveira, & Goulart, 2016).

Passos (2011) afirma que, nos dias de hoje, a família assume a responsabilidade de cuidar, educar e socializar os seus membros, muito embora, por vezes, a mesma seja origem de desilusões e conflitos. Ainda assim, é junto da família que, na maioria das vezes, o indivíduo encontra o seu porto seguro (Passos, 2011).

Conclusão

Os laços familiares demonstram a importância d promover relações afetivas e interdependentes entre os membros da família, começando pelos cuidados prestados de pais para filhos com vista ao desenvolvimento saudável da descendência. Verifica-se, no entanto, ao longo da história, que nem sempre foi assim, pelo que só aquando da revolução industrial e da emancipação da mulher em todos nos níveis, a sociedade começou a despertar para a importância em construir relações saudáveis entre pais e filhos de forma equivalente.

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References:

  • Oliveira, M.V., & Goulart, M.C.V. (2016). Os laços familiares no processo da guarda compartilhada. [em linha] PT O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. Recuperado em 27 de novembro de 2016 de http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?os-lacos-familiares-no-processo-da-guarda-compartilhada&codigo=TL0416;
  • Passos, Maria Consuêlo. (2011). Família, laços e sofrimento psíquico. Revista Mal estar e Subjetividade, 11(3), 1013-1031. Recuperado em 27 de novembro de 2017 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482011001300005
  • Serafim, M.A.S. (2008). OS LAÇOS FAMILIARES E O CUIDADO DIRIGIDO A INFÂNCIA: INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE. FAMILY TIES AND THE CARE DIRECTED TO CHILDREN: INTERVENTION IN HEALTH PSYCHOLOGY. Omnia Saúde, v.5, supl, p.108-118 (2008).
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