Descrição da Família Ginkgoaceae
Ginkgoaceae (Ginkgo) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Ginkgophyta | Ginkgoopsida | Ginkgoales | Ginkgoaceae | – | – |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
cosmopolita, em estado selvagem apenas no Japão e na China | Em perigo | Zonas temperadas em vales | nenhuma em especial, no entanto não tolera solos húmidos | cerca de 300 anos a 800 anos |
Características Físicas |
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Anatómicas | copa com forma cónica, tronco acinzentado, folhas bilobadas, pólen esférico disperso pelo vento |
Tamanho | pode atingir alturas superiores a 30 metros |
Família com um único género vivo, a maior parte dos seus representantes encontra-se extinto |
Ginkgoaceae é a designação da família do Ginkgo. Esta família é composta por um único género, que contem uma única espécie Ginkgo biloba. Esta família pertence à ordem Ginkgoales, integrado na classe Ginkgoopsida, que se encontra no filo/divisão Ginkgophyta.
A família Ginkgoaceae é uma família de gimnospérmicas, isto é, plantas que não produzem flor, nem fruto. A maior parte dos membros desta família encontram-se extintos. Os seus membros viveram maioritariamente na Era Mesozóica, existindo apenas um exemplar que pode ser encontrado actualmente, sendo por isso considerado um fóssil vivo. A sua existência remonta ao surgimento das próprias gimnospérmicas.
Principais características:
As espécies pertencentes a esta família possuem um crescimento irregular e na vertical, quando atingem a maturidade a copa destes indivíduos apresenta uma estrutura cónica. As suas raízes podem ser longas ou mais curtas, consoante as espécie. Esta família não possui espécimes resinosos.
O tronco destas árvores é geralmente cinzento, podendo crescer até atingir os 30 metro de altura, são conhecidos alguns espécimes que possuem alturas muito superiores. Os exemplares desta família podem viver até idades bastante avançadas, existindo espécimes com mais de 800 anos, no entanto, normalmente estes indivíduos atingem idades que rondam os 300 anos.
As folhas desta família assumiam diferentes aspectos, possuindo hoje em dia um aspecto bilobado, com nervação radial, diferente da encontrada na maior parte das espécies. Na época mais desfavorável, as suas folhas adquirem uma cor amarelada, em lugar da coloração verde típica. Estas folhas caem no solo formando cobertores de folhas amarelas por baixo da árvore.
Os indivíduos pertencentes à família Ginkgoaceae são geralmente dióicos, existindo árvores (macho) e árvores (fêmea), sendo necessário a presença de ambas num mesmo território para que ocorra fecundação e formação de sementes.
As árvores (macho) produzem cones responsáveis pela produção de microsporângios, enquanto as árvores fêmea, não produzem cones, mas apresentam dois óvulos que serão posteriormente fecundados. O pólen é geralmente esférico, sendo disperso com o auxílio do vento.
A fecundação ocorre quando o pólen libertado pelas árvores (macho), se encontra com os óvulos das árvores (fêmea). Após a maturação dos óvulos um deles aborta, sendo apenas o outro que produz sementes.
As sementes não se encontram dentro de um fruto, surgem geralmente envoltas por uma estrutura carnuda, que apresenta um cheiro desagradável quando maduras. Estas são geralmente dispersas com o auxílio de animais, como por exemplo, corvos e alguns pássaros, no entanto, esta dispersam ainda necessita de um estudo mais aprofundado. A parte interior das sementes apresenta uma toxina que pode ser prejudicial quando consumida em grandes quantidades.
Esta família suporta bastante bem condições ambientais desadequadas (poluição atmosférica), assim como diferentes tipos de solo e condições climáticas, no entanto, não suporta solos húmidos, nem humidade extrema.
Distribuição e Utilizações:
No período em que se encontravam no seu auge, os membros desta família podiam ser encontrados em florestas por todo o mundo. Os fósseis desta família foram encontrados por toda a zona temperada, particularmente na América do Norte, na Europa e na Ásia. Como espécie ornamental, esta planta tem uma distribuição cosmopolita, como habitat natural, estes indivíduos preferem os vales entre montanhas.
Os indivíduos que existem actualmente derivam de espécimes existentes perto dos tempos, no Japão e na China. Os indivíduos pertencentes a esta espécie encontram-se por todo o mundo, assumindo a função de ornamentais tanto em jardins, como nas beiras de estradas. Alguns indivíduos podem ser utilizados para a criação de bonsais.
Estes indivíduos suportam bem o ambiente urbano e raramente são infectados por doenças, o que as torna boas plantas para a urbanização. No entanto, a sua utilização como ornamentais, ao longo das ruas, requer a utilização de espécimes (macho) pois não produzem sementes.
A sua utilização como espécie ornamental pode obrigar a podas frequentes e extremas. Uma vez que são muito utilizadas, a espécie Ginkgo possui uma grande quantidade de cultivares.
As suas sementes são muito apreciadas na China, apesar do cheiro repulsivo que apresentam quando maduras. Estas podem ser consumidas, no entanto, é necessário que a parte que as reveste seja removida.
As folhas de Ginkgo permitem a obtenção de um extracto muito utilizado como complemento alimentar, com o intuito de melhorar a memória e a atenção. Os estratos são também utilizados na medicina chinesa para tratar doenças de coração e dos pulmões, a sua utilização para o tratamento da asma, assim como da doença de Alzheimer também têm vindo a ser estudados.
A sua larga utilização em cultivo levou os investigadores a pensar, que a única espécie pertencente a esta família, encontrava-se extinta em ambiente selvagem. No entanto, alguns estudos posteriores admitem que apesar de se encontra em risco de extinção na natureza, ainda existem alguns indivíduos no seu habitat natural que não foram introduzidos pelo ser humano.
References:
Earle, Christopher J. (2014). Ginkgo biloba. The Gymnosperm Database. Consultado em: Maio 31, 2016 em http://www.conifers.org/gi/Ginkgoaceae.php
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Holt, Ben F.; Rothwell, Gar W. (1997). Is ginkgo biloba (ginkgoaceae) really an oviparous plant? Am. J. Bot. Vol. 84 no. 6 870 Consultado em: Maio 31, 2016, em http://www.amjbot.org/content/84/6/870.long