A dependência física refere-se à dificuldade na locomoção, isto é, nos movimentos, que levam à necessidade de um cuidador a tempo inteiro.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera-se dependência física todo o processo de alteração na vida do indivíduo, do ponto de vista fisiológico, que provoca modificações na saúde, nas capacidades físicas, na capacidade do exercício de papéis sociais e inclusive nas relações que o indivíduo estabelece socialmente (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012).
Algumas das doenças mais tendenciosas a provocar dependência física são as cardiovasculares, a hipertensão arterial, o cancro, a doença pulmonar obstrutiva crónica (dpoc), doenças musculoesqueléticas como a artrite e a osteoporose, a cegueira, entre outras (Pereira, & Filgueiras, 2009).
Os estudos revelam que é frequente que idosos tenham algum tipo de doença generativa que possa provocar dependência física, o que compromete o seu autocuidado e sobrecarrega as suas famílias e o sistema de saúde (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012).
Quando se fala de autocuidado, os estudos referem questões como sair da cama, fazer a higiene pessoal, alimentar-se, entre outros (Pereira, & Filgueiras, 2009).
No contexto familiar, o dependente físico costuma ficar aos cuidados de uma pessoa que assume a responsabilidade de cuidar dele, ao mesmo tempo que serve como suporte e como ligação entre o mesmo e a restante família (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012). Não podemos deixar de referir que as características predominantes do cuidador de um dependente físico, são, habitualmente, proximidade afetiva, relação familiar, proximidade física (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012).
A necessidade de existir este tipo de relação com o indivíduo dependente deve-se ao contexto, já que, num cenário de dependência física, algumas das limitações mais observadas são as dificuldades em locomover-se, as atividades físicas devido a estas limitações, os problemas de socialização, a organização da casa, o acompanhamento das consultas, entre outros (Pereira, & Filgueiras, 2009).
De referir que é mais comum que seja uma mulher a cuidar do dependente físico do que um homem (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012).
Contudo existem muitas incongruências na relação entre o cuidador do dependente e o mesmo, já que, apesar de ser costume tratar-se de uma pessoa próxima, nem sempre esta tem a melhor preparação para assumir o papel de cuidador (Vieira, Rodrigues, Barradas, & Okuda, 2012).
Conclusão
A dependência física leva à necessidade de cuidados por parte de outra pessoa que, na maioria dos casos, é alguém próximo a nível familiar e afetivo. Os estudos revelam que a maioria das doenças que provocam dependência física são as cardiovasculares, as musculoesqueléticas, as degenerativas, entre outras.
A pessoa dependente física necessita de cuidados em todos os campos como a alimentação, a higiene pessoal, a locomoção, entre outros para os quais, por vezes, o cuidador encontra limitações pois nem sempre se encontra apto para exercer esta responsabilidade.
References:
- Pereira, M.J.S. B, & Filgueiras, M.S.T. (2009). A DEPENDÊNCIA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: UMA REVISÃO SOBRE CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS. Revista APS, v.12, n. 1, p. 72-82, jan/mar, 2009. Disponível em https://periodicos.ufjf.br/index.php/apsLegada/article/view/5860
- Vieira, Lizyana, Rodrigues da Silva Nobre, Joseane, Barradas Correia Bastos, Carmen Célia, Okuda Tavares, Keila, Cuidar de um familiar idoso dependente no domicílio: reflexões para os profissionais da saúde. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia [en linea] 2012, 15 (Abril-Junio) : [Fecha de consulta: 5 de agosto de 2019] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=403838796008> ISSN 1809-9823