Alterações Climáticas e o Turismo

O texto apresenta as alterações climáticas e o turismo, onde abordamos, as consequências que este fenómeno poderá provocar no setor de atividade do turismo.

As alterações climáticas são um fenómeno que não deve ser descurado no setor turístico, porque o mesmo acarreta grandes consequências para o mesmo, nomeadamente, impactes negativos. Antes de apresentarmos as implicações das alterações climáticas no turismo importa esclarecer que as mesmas de uma maneira geral aumentam as temperaturas da terra e do mar e alteram o volume e os modelos de precipitação, o que se traduz numa subida do nível médio mundial do mar, em riscos de erosão costeira e num aumento previsto da gravidade das catástrofes naturais relacionadas com fenómenos meteorológicos. As alterações dos níveis da água, das temperaturas e dos caudais afetarão, por sua vez, o abastecimento alimentar, a saúde, a indústria, bem como os transportes e a integridade dos ecossistemas.

As alterações climáticas induzirão impactes económicos e sociais importantes em determinados territórios e sectores de atividade económica, que podem registar efeitos adversos mais significativos. Prevê-se igualmente que certos setores da sociedade (idosos, deficientes, agregados familiares com baixos rendimentos) sejam mais atingidos.

Existem quatro grandes categorias de impactes das alterações climáticas que afetam os destinos turísticos: os impactes climáticos diretos (o clima); os impactes indiretos das alterações ambientais (perda de biodiversidade, aumento de desastres naturais, erosão costeira, entre outros); os impactes das políticas de mitigação na mobilidade turística; os impactes indiretos na sociedade (instabilidade política, agitação social, risco de segurança interna e externa).

As temperaturas mais elevadas registadas neste fenómeno conduzem a uma alteração na sazonalidade dos destinos, por outro lado, os encargos com a refrigeração aumentarão, e os recursos primários dos destinos sofrerão mudanças (alterações de populações e de distribuição na relação insetos-planta e fauna silvestre).

A diminuição da espessura de neve e diminuição dos glaciares provoca a falta de neve nos destinos de desportos de inverno o que induz a custos acrescidos com o fabrico de neve, a uma estação de desportos de inverno mais curta e a estética da paisagem reduzida.

O aumento da frequência e da intensidade das tempestades fortes é caótico para o turismo, na medida que aumenta o risco para as instalações turísticas, aumente os custo dos seguros do setor e provoca custos empresariais de interrupção da atividade.

A precipitação reduzida e evaporação aumentada em alguns espaços turísticos provoca a escassez de água, o que conduz a uma rivalidade pela água entre o sector do turismo e os outros sectores, à desertificação, ao aumento dos fogos selvagens que amearão os equipamentos e infraestruturas que acaba por afetar a procura. Por outro lado, a frequência aumentada de forte precipitação em algumas regiões potencia os prejuízos nos ativos culturais e arquitetónicos históricos provocados pelas inundações (prejuízos nos equipamentos e infraestruturas turísticas).

A subida do nível médio do mar é um problema para os destinos costeiros e para o produto turístico sol e mar, pois provoca a erosão costeira, perda de área de areal, o que se traduz em custos mais elevados para proteger e manter as frentes costeiras. O aumento da temperatura da superfície do mar provoca o aumento do branqueamento dos corais e a degradação dos recursos marinhos e estéticos nos destinos de mergulho.

As alterações na biodiversidade terrestre e marinha provoca a perda das atrações e espécies naturais dos destinos e aumenta o risco de contrair doenças nos países tropicais e subtropicais. Por sua vez, os fogos florestais mais frequentes e de maior dimensão promove a perda dos encantos das paisagens naturais, o risco de inundação é maior e os prejuízos na oferta turística aumentam.

As alterações no solo (como por exemplo: níveis de humidade, erosão e acidez) promovem a perda de ativos arqueológicos e outros recursos naturais, com impacte direto na atracão dos destinos.

Torna-se necessário que o setor do turismo opte por uma gestão e planeamento integrado que assente numa política de qualidade e num modelo de desenvolvimento sustentável de forma a mitigar no presente as implicações provocadas pelas alterações climáticas. Porém, os destino turístico não é algo isolado do território em que está inserido por isso torna-se necessário a existência de uma boa cultura de ordenamento de território de forma a implementar medidas e soluções sustentáveis para o mesmo.

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Referências Bibliográficas:

  • CARETO, H., LIMA, S. (2006). Turismo e Desenvolvimento Sustentável. Lisboa: Geota.
  • CUNHA, L. (2007). Introdução ao Turismo. Lisboa: Editorial Verbo.
  • DIAS, R. (2003). Turismo Sustentável e Meio Ambiente, Atlas, São Paulo
  • LIMA, S., PARTIDÁRIO, M. (2002). Novos Turistas e a Procura da Sustentabilidade: um Novo Segmento de Mercado Turístico. Lisboa: Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica do Ministério da Economia.
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