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As Portas de Ródão, também conhecidas por Monumento Natural das Portas de Ródão, correspondem a uma formação geológica e geomorfológica localizada em Vila Velha de Ródão e de Nisa. Resultam da intersecção do duro relevo quartzítico da Serra das Talhadas com o curso do rio Tejo. Aqui existe o estreitamento do vale que corre entre duas paredes escarpadas, atingindo cerca de 170 metros de altura, fazendo lembrar duas portas, uma a norte, no distrito de Castelo Branco, e outra a sul, no distrito de Portalegre.
O encaixe do Tejo começou por uma erosão há cerca de 2,6 milhões de anos, aproveitando acidentes tectónicos associados com a falha do Pônsul. Esta erosão aconteceu em várias etapas que se refletem em terraços fluviais e plataformas embutidas por erosão, mais visíveis na margem direita a montante das Portas de Ródão. O lago e as profundidades a jusante das Portas são o testemunho da imponência da queda de água que se acredita que terá existido antes de se atingir a atual fase. O estrangulamento do rio tem cerca de 45 metros de largura.
No topo da porta a norte localiza-se o pequeno castelo do Rei Wamba, ou Castelo de Ródão. Além da beleza paisagística, as Portas de Ródão são um local privilegiado para a observação de avifauna, sendo o habitat da maior colónia de grifos em Portugal, mas também de outras espécies como o bufo real, o milhafre real, o abutre-preto e a cegonha-negra. É ainda possível observar alguns animais selvagens como o javali, o veado, a raposa, a lebre, o coelho, o saca-rabos, o gato bravo e as lontras.
Paralelamente, a área compreende um importante património cultural composto por sítios arqueológicos que documentam a presença humana desde o Paleolítico Inferior e por manifestações culturais de natureza etnológica que refletem o modo de vida da população ribeirinha.