Forte da Ínsua

Apresentação do Forte da Ínsua: localização geográfica, evolução histórica e características de um dos monumentos icónicos da paisagem de Caminha.

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O Forte da Ínsua situa-se na Ínsua de Santo Isidro, na União das Freguesias de Moledo e Cristelo, no concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, em Portugal. 

A Ínsua é uma ilha localizada na foz do rio Minho, na fronteira entre Portugal e Espanha. Encontra-se, mais especificamente, na praia de Moledo, no concelho de Caminha. Caracteriza-se por ser uma ilhota granítica com extensão de cerca de 400 metros. Por várias vezes esteve ligada à costa: a primeira ligação documentada data de 1575; repetiu-se em 1582, 1629, 1708, 1895, 1947 e 2001. O Forte da Ínsua ocupa grande parte da ilha. 

Esta fortificação marítima abaluartada tem origem em 1392 e está classificada como Monumento Nacional desde 1910. 

Em agosto de 2019 o governo português lançou um concurso para a concessão por 50 anos do Forte da Ínsua. O imóvel é um dos 33 que integra o programa Revive. Este projeto pretende dar uma segunda vida a património cultural e histórico devoluto através da concessão a privados para o desenvolvimento de projetos turísticos. 

História do Forte da Ínsua

A Ínsua, a apenas 200 metros da costa, foi primitivamente utilizada como um local de culto. Durante a época cristã, ali se erguia uma pequena ermida invocada a Nossa Senhora da Ínsua. 

Em 1392 os frades franciscanos da Galiza, por indicação do frei Diogo Arias, edificaram no local um cenóbio. Assim, acredita-se que esta terá sido a primeira fortificação no local. Tinha a função de proteção da barra do rio e dos religiosos. 

Em 1471 decorreram obras de remodelação no convento. Foram erguidas novas celas e melhorada a capela. 

Anos mais tarde, D. Manuel I determinou a execução de novas obras de reforma e ampliação da defesa, que foram concluídas em 1512. Durante a Dinastia Filipina D. Filipe I promoveu nova intervenção. 

A estrutura atual remonta ao período da Guerra da Restauração, durante  o reinado de D. João IV. O Forte foi executado entre 1649 e 1652. Durante a Guerra Peninsular foi ocupado por tropas espanholas e francesas. 

Com a extinção das ordens religiosas em 1834 o forte foi abandonado pela comunidade religiosa e ficou guarnecido pelo exército português. Após a classificação como Monumento Nacional em 1910, sofreu obras de conservação entre 1954 e 1957, 1967 e 1975, 1984 a 1986 e 1998 a 2001. 

Forte da Ínsua_Caminha

Por amaianos – originally posted to Flickr as Forte de Ínsua, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11338551

Características do monumento

O Forte da Ínsua é uma fortificação marítima abaluartada com planta estrelada irregular, cinco baluartes e revelim. No seu interior integra o convento, ampliado em 1676. Nos cunhais dos quatro baluartes principais estão guaritas facetadas com cobertura em calote esférica. Num dos panos da muralha foi edificado um balcão retangular sobre mísulas. A meio do pano da muralha rasga-se um portão de armas, em arco pleno, inserido numa estrutura retangular em ressalto. Sobre esta assenta um frontão triangular, cujo tímpano é decorado com três brasões com as armas de Portugal e do Governador. O portão de armas é protegido por um revelim. 

No interior do forte a praça de armas é dividida em duas áreas: 

  1. A primeira corresponde a uma ampla plataforma lajeada onde foram edificados os quartéis, o depósito e a cozinha. 
  2. Na segunda área foi incorporado o convento. Caracteriza-se por ter uma estrutura sóbria e austera, cujo conjunto é formado pela igreja (composta por uma nave única coberta por abóbada de berço e sacristia) e pelo claustro. 

Uma das principais características do Forte da Ínsua é o facto de no seu interior ter um poço de água potável que abastecia a guarnição. Esse poço é notável por se situar no mar, sendo um dos três únicos existentes no mundo. 

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