João IV

João IV de Portugal foi o primeiro monarca da Casa de Bragança. E uma figura fundamental para a Restauração da independência portuguesa relativamente a Espanha.

Biografia de João IV:

João IV era filho de Teodósio II, Duque de Bragança com Ana de Velasco e Girón, nasceu a 19 de Março de 1604 em Vila Viçosa. Reinou de 1 de Dezembro de 1640 até a sua morte a 6 de Fevereiro de 1656. Ficou conhecido como o Restaurador, pela sua importância na recuperação da soberania portuguesa relativamente a Espanha. Casou-se com Luísa de Gusmão, resultando desta união dois monarcas, Afonso VI e Pedro II.

João IV de Portugal

João IV de Portugal

A data de início do seu reinado, ainda hoje é comemorada em Portugal enquanto feriado nacional. Marcou o fim do domínio filipino em Portugal e deu inicia á última dinastia portuguesa – Casa de Bragança. João IV assumiu-se como um dos monarcas mais importantes e influentes da História portuguesa.

A 29 de Setembro de 1630, após a morte do pai tornou-se o oitavo Duque de Bragança. A sua legitimação ao trono português vinha do lado paterno, era trineto do Rei D. Manuel I. A insatisfação relativamente á governação castelhana em Portugal, levou à criação de um movimento nacionalista em torno de João. Existem diversos relatos da época, que elucidam a forma como João era recebido nas cidades que visitava, não como um Duque mas como um verdadeiro soberano.

A contínua participação de soldados portugueses em conflitos castelhanos, a falta de protecção aos interesses ultramarinos lusitanos por parte de Espanha, a má gestão territorial, judicial, financeira, desigualdade de tratamento entre a nobreza portuguesa e espanhola, a não nomeação de portugueses para cargos da administração conjunto das monarquias portuguesa e espanhola, levou ao descontentamento da nobreza e burguesia lusa.

Os conflitos de Espanha com Inglaterra e as Províncias Unidas, herdados por Portugal com a união dinástica, fragilizavam a posição comercial portuguesa no mundo, levando ao descontentamento burguês. Por seu lado, a nobreza não via expressa a promessa de igualdade de tratamento entre Portugal e Espanha em termos de privilégios, títulos e riquezas. A insatisfação destas duas classes sociais potenciou uma união rara, que permitiu o golpe palaciano do dia 1 de Dezembro de 1640, sendo reposta a independência portuguesa relativamente a Espanha.

A 15 de Dezembro do mesmo ano, João IV foi aclamado Rei de Portugal. Os revoltosos tiraram partido da popularidade de João IV entre o povo, facilitando a sua legitimação enquanto monarca. Na sua coroação, João IV coroou Nossa Senhora da Imaculada Conceição Rainha, tornando-a padroeira do Reino e alvo de devoção pelos portugueses.

Filipe III de Portugal, IV de Espanha considerou todos os intervenientes nesta revolta como traidores, mas a participação de Espanha na Guerra dos Trinta Anos e a revolta que tinha em mãos na Catalunha, fez com que Espanha não tivesse capacidade de resposta militar imediata à proclamação de independência portuguesa. Isto possibilitou a preparação da defesa portuguesa. A desvinculação com Espanha permitiu restituir a antiga aliança com Inglaterra, que tornar-se-ia um aliado fundamental na Guerra de Restauração.

Apesar de ser amplamente defendida, a Restauração não era consensual entre a nobreza e burguesia. Alguns porque não queriam perder privilégios, outros porque não acreditavam na capacidade portuguesa de resistir militarmente a Espanha. Os contestatários à revolta foram acusados de lesa-pátria e lesa-majestade, após a tentativa de assassinato a João IV a 29 de Agosto de 1641. O monarca Restaurador, promulgou diversa legislação que pretendia dotar o reino de mecanismos próprios de reversão da má gestão espanhola.

A Guerra da Restauração seria travada tanto em território metropolitano português como nas colónias. João IV morreria a 6 de Fevereiro de 1656, sem ver o conflito solucionado. Este terminaria apenas em 1668 com o reconhecimento espanhol da Independência portuguesa, Foi sucedido no trono pelo filho Afonso VI, que após derrotar por diversas vezes os espanhóis terminou o processo restaurador do pai.

O seu corpo repousa na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa, Panteão da Casa de Bragança.

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References:

MARQUES, A.H. Oliveira ; História de Portugal, Lisboa, Pallas, , 1982

 

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