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Apresentação do Castelo de Castro Marim
O Castelo de Castro Marim localiza-se na vila, freguesia e concelho de Castro Marim, no distrito de Faro, em Portugal.
Esta era uma fortificação raiana em posição dominante sobre o monte do Castelo. Assim, o objetivo deste castelo era defender aquele ponto de travessia sobre a margem direita da foz do rio Guadiana, fronteiro ao Castelo de Ayamonte, na margem oposta, atualmente já em Espanha. O castelo de Castro Marim está integrado na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.
História do castelo
As pesquisas arqueológicas levadas a cabo nos anos 80 indicam que a primitiva ocupação humana do monte do Castelo remonta à pré-história, nomeadamente ao final da Idade do Bronze. A foz do rio Guadiana era um local estratégico ligado à atividade comercial marítima do mar Mediterrâneo, sendo navegada por fenícios, gregos e cartagineses. O mais antigo muro defensivo identificado no local remonta ao século VIII a.C. Outras estruturas foram sendo acrescidas ao local, principalmente entre os séculos V e III a.C. Durante a invasão romana o Guadiana foi usado como fronteira entre as províncias da Bética e da Lusitânia. Posteriormente, a povoação foi reocupada e a fortificação reconstruída. Mais tarde foi ocupada por vândalos e muçulmanos. A estes últimos é atribuída a edificação do castelo.
Quando a Península Ibérica passou pelo período da Reconquista Cristã, D. Sancho II alcançou a foz do Guadiana e ali conquistou Mértola e Ayamonte, em 1238. Sob o comando do Mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia deu-se a conquista de Castro Marim, em 1242. A localidade recebeu carta de foral de D. Afonso III a 8 de julho de 1277, onde era determinada a reconstrução da sua defesa.
Assim, durante o reinado de D. Dinis foi iniciada a reconstrução da porta do castelo, como é possível observar na inscrição epigráfica. Entretanto, em 1282, o monarca confirmou e ampliou o foral da vila. No Tratado de Alcanices é determinado o reforço do Castelo de Castro Marim e a construção de uma barbacã. Estas estruturas ficaram conhecidas por Castelo Velho e Muralha de Fora.
Já no reinado de D. Manuel I a vila recebeu foral novo e é ordenada a reparação das suas defesas, inclusivamente das muralhas do castelo. Com a Guerra da Restauração a defesa de Castro Marim foi remodelada e adquiriu linhas modernas. Contudo, as obras só ficaram concluídas durante o reinado de D. Afonso VI.
A 16 de junho de 1910 o Castelo de Castro Marim foi classificado como Monumento Nacional. A partir daí foram sendo desenvolvidos trabalhos de consolidação e reconstrução, com vista a preservar o monumento.
Características do castelo
O Castelo de Castro Marim situa-se em posição dominante sobre um monte e apresenta planta quadrangular irregular, com quatro cubelos cilíndricos nos vértices dos muros, percorrido por adarve, onde se rasgam duas portas, uma a norte e outra a sul. Uma destas portas é encimada por pedra de armas e inscrição epigráfica. No interior da praça de armas estão edifícios de dois pavimentos adossados aos muros oeste e norte; do lado leste estão as ruínas da primitiva alcáçova. Externamente é possível identificar os restos da torre de menagem e ainda de um baluarte.
Ao abrigo da barbacã erguem-se a Igreja de São Tiago, a Igreja de Santa Maria, a Igreja da Misericórdia e um núcleo museológico, com testemunhos arqueológicos da ocupação da região. No vértice sul está uma plataforma para artilharia e nos vértices leste e oeste estão dois torreões de planta quadrangular.