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O Aqueduto das Águas Livres corresponde a um abastecimento de água destinado à cidade de Lisboa, considerado um dos maiores do mundo. No total, este complexo sistema atinge os 58 quilómetros de extensão.
Durante 220 anos abasteceu a capital portuguesa, quando foi desativado pela Empresa Portuguesa de Águas Livres. O Aqueduto das Águas Livres foi declarado Monumento Nacional em 1910 e é considerado uma obra notável de engenharia hidráulica.
História
Durante o período em que romanos dominaram a região, construíram uma barragem conhecida por Olissipo e um aqueduto que tinha como objetivo suprir as necessidades de abastecimento de água potável, aproveitando as águas do vale da ribeira de Carenque.
Em 1571, dado o aumento da população, a carência de água era um grave problema. Francisco de Holanda elaborou então uma proposta para D. Sebastião com vista a aproveitar a rede construída pelos romanos, realizando trabalhos de ampliação da infraestrutura. Nesse momento o rei considerou o aqueduto romano ainda suficiente e desistiu da iniciativa.
Ao longo dos anos existiram outras tentativas de construção de um novo aqueduto, mas esse processo apenas se iniciou em 1732. Em 1729 foram designadas três pessoas para elaborar o projeto de edificação: o arquiteto italiano António Canevari, o Coronel Engenheiro Manuel da Maia e o arquiteto alemão João Frederico Ludovice. A proposta geral do aqueduto sugeria uma estrutura forte e utilitária que fornecesse de água toda a população da cidade. As obras duraram entre 1732 e 1748, durante a governação de D. João V. Progressivamente foi sendo reforçado e ampliado ao longo do século XIX. Este monumento resistiu incólume ao Terramoto de 1755 que assolou a região de Lisboa.
O aqueduto foi completamente desativado em 1973 e aberto ao público em 1986. Atualmente é possível fazer um passeio guiado pela arcaria do vale de Alcântara. Ocasionalmente são organizadas visitas ao reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, o Reservatório da Patriarcal e troços do aqueduto geral na região de Belas e Caneças.
Características
O Aqueduto das Águas Livres é uma obra monumental que tem início na Mãe d’Água Velha, que recolhia a água da nascente da Água Livre, em Belas, e termina no Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, após um percurso de 14 174 metros.
A extensão da rede de captação e adução foi crescendo, atingindo um total de 47 quilómetros, recolhendo água de 58 nascentes.
O troço mais conhecido e visível do Aqueduto das Águas Livres é aquele que passa sobre o vale de Alcântara. Com um total de 127 arcos, tem 941 metros de comprimento e é constituído por 21 arcos de volta perfeita e 14 arcos centrais em ogiva. Destes últimos, convém realçar o Arco Grande, que mede 65 metros de altura.