CFDA / Vogue Fashion Fund

O que é o CFDA / Vogue Fashion Fund?

O CFDA / Vogue Fashion Fund foi criado em 2003 para ajudar os talentos emergentes do design de moda americano a encontrar sucesso no sector.

Perante as mudanças no cenário global de varejo e no comportamento dos consumidores, é cada vez mais difícil lançar uma marca de moda e mantê-la viável. É nesse sentido que o fundo tenta nivelar o mercado e encontrar o próximo grande designer de pronto a vestir. Encontra-se no seu 15.º aniversário.

O fundo CFDA / Vogue celebra uma nova geração de dez jovens designers, premiando com o prémio principal (400 mil dólares) um indivíduo ou uma equipa, e com o prémio secundário (150 mil dólares) mais dois nomes. Espera-se que os prémios sejam usados para desenvolver os negócios de cada designer em áreas como o marketing, as relações públicas, a produção e as vendas.

Além do prémio monetário, cada um dos vencedores receberá também orientação de uma figura da indústria, dentro de um grupo de profissionais, cuja especialidade é adaptada às necessidades dos designers e futuros objetivos.

Depois de quatro meses de visitas dos mentores, desafios, colaborações e desfiles de moda, é realizada uma gala que celebra os mais recentes finalistas do fundo, uma das noites mais importantes para os que trabalham na indústria da moda.
Todos os anos é servida Pot Pie (‘tarte de panela’) de galinha, o prato favorita da editora chefe da Vogue norte americana e diretora de arte da Condé Nast, Anna Wintour. [1]  

Para Steven Kolb, Presidente e CEO da CFDA – Council of Fashion Designers of America -, “Nos últimos 15 anos, o CFDA / Vogue Fashion Fund transformou a moda norte americana ao criar uma carreira para designers emergentes”. “O programa teve impacto global e inspirou outras capitais da moda a focarem-se no talento emergente.” [2]

Fundada em 1962 pela publicista Eleanor Lambert, CFDA é uma associação comercial sem fins lucrativos, composta pelos 500 principais designers de moda feminina, moda masculina, joalharia e acessórios dos Estados Unidos da América. A adesão é feita apenas mediante convite.

Em 2014 foi criada a série web “The Fashion Fund”, protagonizado por Wintour, onde os designers têm de provar se têm o que é preciso para serem nomeados para o fundo CFDA / Vogue. A estrutura do programa evoluiu e agora assume a forma de documentário com seis episódios. Encontra-se na 6.a temporada. [3]

Desde a sua criação, o programa concedeu mais de 5,9 milhões de dólares norte americanos a mais de 35 empresas de design. [4]

Foram vencedores do fundo Brock Collection, Brother Vellies, Gypsy Sport, Jonathan Simkhai, Paul Andrew, Escola Pública, The Elder Statesman, Altuzarra, Billy Reid e Sophie Theallet, Rogan e Proenza Schouler. Dos concorrentes à vitória são célebres Prabal Gurung, 3.1 Phillip Lim, Rodarte, Thakoon, Thom Browne, Derek Lam ou Alexandre Plokhov.

O CFDA / Vogue Fashion Fund é apoiado pela Diesel, Instagram, Lane Bryant, LIFEWTR, M · A · C Cosmetics, Nordstrom, Saks Fifth Avenue, Theory, Tomorrow London Holdings e Vogue.

Finalistas CFDA / Vogue Fashion Fund 2017

As honras de 2017 foram para a marca Telfar. A marca fundada por Telfar Clemens em 2005 é “horizontal, democrática e universal” [5] e cria roupas unissexo para um cliente socialmente experiente. Durante o desfile da CVFF, os seus modelos foram desfilados por voguers [6] – descendentes do estilo de dança disco do final dos anos 70, criado dentro da cultura LGBTQ no Harlem, Nova Iorque, e celebrado por Madonna em 1990 -. Em vez de colaborar com estrelas em ascensão, Clemens adota uma abordagem mais corporativa, criando uniformes para a empresa de fast food (‘comida rápida’) White Castle ou uma coleção cápsula para a nova loja da imobiliária Century 21, a Next Century.

A Chromat, fundada em 2010 por Becca McCharen-Tran, e a Ahlem, fundada em 2014 por Ahlem Manai-Platt, levaram para casa o segundo prémio.

“É uma iniciativa incrível que o CFDA e todos os envolvidos tenham participado de maneira tão relevante na criação de uma plataforma para o lançamento de carreiras e plataformas”, disse a modelo Karlie Kloss no jantar de 2017.

Finalistas CFDA/Vogue Fashion Fund 2018

Os 10 finalistas de 2018 foram escolhidos por Anna Wintour (Vogue), Diane von Fürstenberg (DVF Studio, LLC), Steven Kolb (CFDA), Andrew Rosen (Theory), Nicole Phelps (Vogue), Roopal Patel (Saks Fifth Avenue), Jeffrey Kalinsky (Nordstrom), Eva Chen (Instagram) e Joseph Altuzarra (Altuzarra). Os vencedores são anunciados na gala de 5 de Novembro em Nova Iorque.

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Diane Von Furstenberg

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Anna Wintour

“Eles [os 10 finalistas] não são apenas talentosos, como estão envolvidos com um mundo em rápida mudança, refletindo um novo conjunto de valores e crenças que a moda pode e deve ser.” Anna Wintour [7]

Batsheva, Batsheva Hay

Baseada em Nova Iorque, Batsheva lançou a sua marca homônima em 2016, depois de deixar o seu trabalho como advogada. É inspirada por mulheres excêntricas, como as judias hassídicas ou as amishs, mulheres cujo estilo não é influenciado pelas tendências sazonais. Batsheva Hay descreve a sua marca como “aventureira, usável e acessível.” [8]

Bode, Emily Adams Bode

Emily, de 28 anos, criou a Bode em 2016, uma marca de roupa masculina com influências poéticas, históricas e nostálgicas. Emily está a mudar a cena nova iorquina ao usar têxteis vintage, como toalhas de mesa de linho ou quilts estampados, fazendo com que cada peça pareça um tesouro colecionável. [8] [9]

Christian Cowan

Filho da internet, usa-a como inspiração. Para Christian, britânico a residir em Nova Iorque, a sua estética passa pelo exercício mental “Isto atrai as pessoas? Elas vão clicar se virem online?”. Lançou marca própria em 2017 e a sua assinatura passa pelo excesso considerado e coordenados vibrantes e ousados. [8] [10]

Hunting Season, Danielle Corona

A marca de marroquinaria de Danielle foi criada em 2006 em Nova Iorque. Foca-se numa imagem intemporal de elegância discreta, inspirada em marcas de manufactura tradicional,  que continuam relevantes ao longo do tempo e nas quais as pessoas confiam. Corona vai buscar a estrutura das suas carteiras a Florença e a palha tecida à mão à Colômbia. [8] [11]

Jonathan Cohen, Jonathan Cohen and Sarah Leff

“Subversiva, elegante e artística”, é assim definida a marca criada em 2011. Tudo começou com vestidos de cocktail, mas  evoluiu para alfaiataria, roupa de pronto a vestir e roupa de lazer. As silhuetas são profundamente pensadas e os seus acabamentos em tecidos delicados também. A marca é conhecida pelos seus estampados florais. [8] [12]

Luar, Raul Lopez

Fundada em 2016 em Nova Iorque, a Luar é destinada a mulheres corporativas com poder, que se sentem confortáveis na sua pele. Inspirado pelo Renascimento e pelo processo criativo e legado de John Galliano, Chalayan e Jean Paul Gaultier, o nova iorquino Raul é também atraído pelo conceito de feio e por aquilo que as pessoas odeiam. [8]

Matthew Adams Dolan

Matthew interessa-se pela forma como o estilo norte americano se desenvolveu ao longo da história: o uso da ganga, a casualidade e o legado. Arquétipos e uniformes fascinam-no tanto como, simultaneamente, a rapariga que têm um estilo único e subversivo. Desenha para homem e mulher e ambas as linhas são definidas pela influência da alfaiataria. [8]

Pyer Moss, Kerby Jean-Raymond

As suas coleções são uma narrativa de humor, sagacidade, ativismo, debate, teatro e comentário social. Estabelecido em Nova Iorque desde 2013, Kerby não têm ícones de estilo. Ele desenha para si e para os seus amigos, uma “experiência social oportuna”. Kerby colabora com outros artistas para promover o diálogo em torno de temas sazonais. [8] [13]

Rebecca de Ravenel

Proveniente das Bahamas, Rebecca desenha para mulheres do mundo, femininas, etéreas e fortes  que se sentem confortáveis no exterior. Estabeleceu a sua marca homônima em 2015 em Los Angeles e é inspirada por padrões botânicos, paisagens e um estilo multi generacional. [8]
Scosha, Scosha Woolridge

Scosha passou quatro anos a viajar pela África do Norte, Médio Oriente e Sudoeste Asiático antes de criar a sua linha de jóias artesanais em 2017. Este período permanece como inspiração no seu trabalho, colorido e mundano, em que mesmo as pedras mais preciosas devem transmitir um sentimento de causalidade e diversão. [14]

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References:

[1] https://www.vogue.com/article/food-chicken-pot-pie-cfda-awards-2017

[2] https://www.vogue.com/article/cfda-vogue-fashion-fund-2018-finalists

[3]

https://www.imdb.com/title/tt4044248/episodes?season=3&ref_=tt_eps_sn_3

https://wwd.com/business-news/media/anna-et-al-back-in-the-spotlight-7356813/

[4] https://cfda.com/programs/designers/cfdavogue-fashion-fund

[5] https://www.vogue.com/article/cfda-vogue-fashion-fund-2017-winner-telfar

[6] https://www.diggitmagazine.com/articles/voguing-definition-self-expression-within-lgbtq-community  

[7] https://www.vogue.com/article/cfda-vogue-fashion-fund-2018-finalists

[8] https://www.vogue.com/article/cfda-vogue-fashion-fund-2018-finalists-interviews

[9] https://www.gq.com/story/emily-bode-profile-nyfw-preview

[10] http://nyfw.com/christian-cowan

[11] https://www.hunting-season.com/

[12] https://www.vogue.com/fashion-shows/fall-2018-ready-to-wear/jonathan-cohen

[13] https://pyermoss.com/pages/about

[14] https://www.vogue.com/article/scosha-fine-jewelry-presentation-new-york-fashion-week

https://cfda.com/

https://vogue.com/

https://fashionista.com/2018/07/2018-cfda-vogue-fashion-fund-finalists

https://www.refinery29.com/2018/07/204877/cfda-vogue-fashion-fund-designer-finalist-2018

 

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