Biografia de Odoacro:
Odoacro nasceu em 434 d.C., em dia que a historiografia não consegue precisar nas margens no rio Danúbio em território actualmente alemão. Era filho de Edecão um influente germano na administração do Império Huno de Átila.
Embora Roma já tivesse sido saqueada por Alarico em 410 e pelos Vândalos alguns anos mais tarde. Odoacro foi o primeiro líder bárbaro a proclamar-se Rei em Roma colocando um ponto final no Império Romano do Ocidente em 476.
Ainda na sua adolescência viajou até a Panónia para receber a bênção de São Severino. O Santo previu um futuro glorioso a Odoacro segundo a tradição popular.
Pela dificuldade em defender as fronteiras imperiais de povos como os Hunos, os Romanos confiavam cada vez mais a defesa dos seus territórios a exércitos bárbaros de povos federados ou grupos de mercenários. Em 469 Odoacro começou a combateu ao serviço de Roma, comandando um exército de mercenários Hérulos.
Em meados do século V a grande maioria dos territórios romanos estavam ocupados por povos bárbaros. O Império deixou de ter capacidade de defender-se. Muitos dos últimos imperadores não exerciam qualquer tipo de poder, eram meros fantoches dos líderes germânicos que os mantinham no poder pelo seu próprio interesse.
Era inevitável a queda do Império Romano do Ocidente. Os Hérulos exigiram dois terços da Península Itálica ao último Imperador Rómulo Augusto. Face á rejeição imperial, na época com sede na cidade de Ravena, os Hérulos depuseram Rómulo e nomearam Odoacro Rei de Roma em 476. O último imperador foi exilado para uma região próxima a Nápoles.
O fim do Império Romano do Ocidente foi oficializado pela aceitação do Imperador Romano do Oriente Zenão I, de Odoacro como legitimo governador da Itália. Zenão procurava o reconhecimento por parte dos Hérulos da superioridade Oriental, algo que não aconteceu.
A governação de Odoacro em Itália procurou promover a aceitação latina da conquista bárbara. Não fez grandes alterações na estrutura social politica e económica da Península. Embora favorecesse o arianismo permitiu a liberdade de credo à maioria católica da Península, pretendia assim fomentar a paz e boa convivência.
Reuniu um exército composto por italianos e germânicos e reconquistou a Ilha da Sicília em 477, anteriormente perdida para os Vândalos. Estabeleceu relações diplomáticas com os Francos e Visigodos, combatendo ao lado destes contra Alamanos, Burgúndios e Saxões.
Zenão temendo o crescente poder de Odoacro incumbiu o rei dos Ostrogodos Teodorico, o Grande de reconquistar a Itália. Zenão pretendia que Teodorico exerce-se a função de cônsul na península itálica sujeito à autoridade imperial oriental.
Teodorico chegou a Itália na década de oitenta do século V. Após diversas batalhas e avanços e recuos, o conflito chegou a um impasse. A 2 de Fevereiro de 493 Teodorico e Odoacro assinaram um acordo de paz. No banquete realizado para celebrar a assinatura do Tratado, Teodorico mata Odoacro com as próprias mãos.
References:
BALARD, Michel (et alii); A Idade Média no Ocidente: dos Bárbaros ao Renascimento, D.Quixote, 1994
CLARAMUNT, Salvador (et alii); Historia de la Edad Media, Ariel, 1992
