Biografia
João Manuel Vieira Pinto foi um jogador de futebol português, que fez parte da chamada “geração de ouro”, entre finais dos anos 80 e meados da década de 2000.
Nascido em 1971, no Porto, era adepto portista por influência de amigos e familiares achegados e ambicionava jogar na equipa onde brilhavam Paulo Futre, Fernando Gomes, Madjer e outros nomes grandes do futebol português. No entanto, acabou por ingressar nas escolas do Boavista Futebol Clube em 1982, onde despontou para a carreira profissional, tendo chegado à equipa principal com apenas 17 anos. Jogou ainda no Atlético de Madrid, Benfica, Sporting e Braga.
Desde cedo, tornou-se uma presença habitual nas selecções nacionais e, juntamente com Brassard, foi um dos dois únicos jogadores que se sagraram bicampeões mundiais de futebol nos escalões mais jovens, tendo conquistado o título em 1989 (Riade) e 1991 (Lisboa).
Do Porto para Madrid e de volta a casa
Em 1990, Gil y Gil, presidente do Atlético de Madrid, convenceu o Boavista a vender o “menino de ouro” em troca de uma soma avultada, contratando assim uma das mais promissoras estrelas do futebol europeu. No entanto, João Pinto acabou por não se adaptar ao futebol espanhol e deixou Madrid sem disputar qualquer jogo com a camisola dos “colchoneros”.
Regressado ao clube que o viu crescer, o jovem avançado tornou-se numa das principais referências da equipa do Boavista, orientado por Manuel José, começando a ser disputado por Benfica e Sporting. Sousa Cintra, presidente dos “leões” ambicionava contratar João Pinto, mas acabou por ser o Benfica a garantir a sua presença na equipa da Luz.
O Salto para a Luz
Tudo parecia estar acertado entre o Sporting e João Pinto, no verão quente de 1993, e o jogador estaria pronto para acompanhar Paulo Sousa e Pacheco, que se mudaram da Luz para Alvalade numa transferência polémica. No entanto, uma última investida de Jorge de Brito, presidente do Benfica, inverteu o caminho de João Pinto para o outro lado da 2ª circular.
A sua primeira época ao serviço dos encarnados, em 1992/1993, ficou marcada por uma lesão no tórax, contraída ao serviço da selecção num jogo frente à Escócia, resultando numa lenta recuperação. Marcaria apenas 9 golos em 32 jogos nessa temporada. Mas o melhor estava para vir.
Na época seguinte, João Pinto correspondeu a todas as expectativas que os adeptos tinham criado. Em 46 partidas, marcou 18 e golos e tornou-se na principal referência de um Benfica campeão, onde actuavam na altura jogadores como Abel Xavier, Carlos Mozer, Rui Costa, Vítor Paneira, Ruí Águas e Isaías. Toni era o treinador.
Nessa temporada, o Sport Lisboa e Benfica conquistou o título, pela última vez antes de um longo jejum que duraria onze anos (até 2004/2005). Este foi o único campeonato conquistado por João Vieira Pinto ao serviço do clube encarnado, para o qual contribuiu com 15 golos, tendo sido utilizado em todos os jogos da competição. Na caminhada para o título, ficou para a história o famoso hattrick em Alvalade, num jogo em que o Benfica derrotou o Sporting por 3-6. A exibição valeu-lhe nota 10 no Jornal A Bola.
Os anos que se seguiram foram penosos para o Benfica, que viu o FC Porto ascender como a principal potência do futebol português, deixando os encarnados e João Pinto num deserto de títulos, com excepção da conquista da Taça de Portugal em 1995/96. Por esta altura, o clube da Luz fazia os possíveis para se manter vivo no panorama do futebol nacional e a renovação de contrato com o “menino de ouro” surgiu como o único alento para a moral dos adeptos. E seria para a vida. João Pinto assinou um contrato vitalício com o Benfica, decorria o ano de 1997, depois de duas épocas de bom nível individual.
Finalmente o Sporting
Decorria o arranque do Europeu de 2000 quando a notícia caiu como uma bomba. Depois de oito temporadas de águia ao peito e com o nº 8 nas costas, João Pinto foi dispensado por Vale e Azevedo, presidente do Benfica. A relação entre ambos não era a melhor e o “grande artista” português, a estrela dos encarnados, ficou desempregado em vésperas de uma grande competição internacional.
De volta a Portugal, acabou por assinar pelo Sporting, o eterno rival, onde jogou por quatro épocas, conquistando o seu segundo e último título de campeão nacional, ao lado de Mário Jardel, em 2001/2002, numa equipa orientada pelo romeno Lásló Bölöni.
O regresso a casa e o fim em Braga
Em final de carreira, João Vieira Pinto retornou pela terceira vez à equipa que o viu nascer e crescer para o futebol. Duas épocas de xadrez, com 62 jogos e 13 golos apontados, marcaram a última passagem do “menino de ouro” pelo Boavista.
Depois, rumou ao Braga onde fez as duas últimas temporadas da carreira, na qual pôs um ponto final a 22 de Julho de 2008, depois de ajudar os “arsenalistas” a consolidarem a sua posição como o 4º grande de Portugal.
Nas 19 temporadas em que actuou em Portugal, João Pinto alcançou um recorde de expulsões. Foi expulso ao serviço de quatro clubes: Benfica (5),Sporting (2), Boavista (4) e Braga (2), por ordem cronológica. O primeiro árbitro a mandá-lo para rua foi Isidoro Rodrigues (Luz, vs. Boavista em 1996), o último foi Jorge Sousa (Bonfim, em 2007).
Terminada a carreira, dedicou-se ao comentário desportivo, e ao estudo da modalidade, tornando-se uma presença constante em programas televisivos dedicados ao comentário desportivo, até voltar ao futebol pela mão de Fernando Gomes, que o convidou para o cargo de Vice-Presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
De esperança a certeza na Selecção
Ao longo da sua carreira futebolística, João Pinto foi presença assídua na selecção nacional de futebol, com o nº 8 nas costas, marcando presença nos Europeus de 1996 e 2000, bem como no desastroso Mundial da Coreia e do Japão em 2002.
O jogo com a Coreia do Sul, o último da fase de grupos, acabou por marcar definitivamente a carreira de João Pinto, acabando expulso, após agressão ao árbitro argentino Ángel Fernández. Castigado por seis meses, nunca mais voltou a vestir a camisola das quinas, falhando por isso o último grande momento da réstia da “geração de ouro” – o Euro 2004.
Carreira
2007/08 Braga 14 Jogos/1 golo
2006/07 Braga 37 Jogos/4 golos
2005/06 Boavista 32 Jogos/10 golos
2004/05 Boavista 30 Jogos/3 golos
2003/04 Sporting 31 Jogos/5 golos
2002/03 Sporting 27 Jogos/8 golos
2001/02 Sporting 44 Jogos/12 golos
2000/01 Sporting 44 Jogos/7 golos
1999/00 Benfica 35 Jogos/3 golos
1998/99 Benfica 36 Jogos/7 golos
1997/98 Benfica 30 Jogos/7 golos
1996/97 Benfica 42 Jogos/16 golos
1995/96 Benfica 42 Jogos/23 golos
1994/95 Benfica 39 Jogos/7 golos
1993/94 Benfica 46 Jogos/18 golos
1992/93 Benfica 32 Jogos/9 golos
1991/92 Boavista 39 Jogos/8 golos
1990/91 At. Madrid [B]- Jogos/- golos
1989/90Boavista 13 Jogos/6 golos
1988/89 Boavista 6 Jogos/0 golos
References:
http://www.infopedia.pt/$joao-vieira-pinto
http://www.zerozero.pt/text.php?id=5221
http://www.zerozero.pt/edition_stats.php?id_edicao=123&sc=0&v1=j&v2=t&v3=1&id_equipa=0&ord=d
http://www.zerozero.pt/equipa.php?id=4&epoca_id=123
http://www.ionline.pt/267983