A desertificação consiste na transformação de uma área num deserto por intermédio da degradação da terra resultante de vários factores, entre eles, as variações climáticas e as actividades humanas. Este processo tem tendência a ocorrer mais depressa em zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas. Devido às condições ambientais, as actividades económicas numa região podem ultrapassar a capacidade de suporte e de sustentabilidade e isso contribui para a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela actividade humana. Os solos ficam mais estéreis e por isso, a terra perde os seus nutrientes e a capacidade de gerar novos recursos de fauna e flora, por acção natural ou humana. Como o solo não se vai regenerando face à menor quantidade de precipitação e da inexistência de vegetação, a sobrevivência nestas regiões é cada vez mais dificultada e, por isso, a população procura outras áreas para se estabelecer. Os desertos arenosos surgem devido ao empobrecimento do solo e consequente morte da vegetação, sendo substituída por terreno arenoso. A temperatura extremamente baixa é a causa do aparecimento dos desertos polares.
O crescimento demográfico e a consequente pressão que cada vez mais se exerce nos recursos naturais e hídricos, faz com que tendam a diminuir mais depressa em algumas regiões, acelerando o processo de erosão da vegetação e da escassez de solos com capacidade produtiva. As actividades agro-pecuárias são as maiores responsáveis pelo aumento do processo de desertificação. Alguns dos processos existentes na Agricultura e na Pecuária como a salinização dos solos por método de irrigação, o pastoreio intensivo e a utilização intensiva e insustentável dos recursos hídricos levam ao esgotamento do solo e da sua capacidade de se regenerar e de voltar a produzir. A consequência destas acções é a redução da oferta e da qualidade dos alimentos, o elevado custo da recuperação ambiental degradada, a mudança de habitat ou perda definitiva de espécies, a migração de população para os centros urbanos e a consequente desertificação populacional que gera pobreza, desemprego e violência
Existe um risco de desertificação mundial que abarca, praticamente, metade do território mundial, sendo que as regiões mais afectadas com este efeito poderão ser os continentes africano, asiático e da América do Sul. Portugal é dos países europeus com maior risco de desertificação, sobretudo a sul do Rio Tejo, nas regiões do Alentejo e do Algarve. São as regiões nacionais mais afectadas pela pouca precipitação ao longo do ano e pela pressão que a agricultura exerce sobre os solos, actualmente, recorrendo à irrigação intensiva e pela demasiada pressão turística que acontece mais no Algarve do que no Alentejo e que leva ao esgotamento dos recursos. A criação da Barragem do Alqueva veio minimizar o impacto das irrigações intensivas que são feitas e a implementação de regras na utilização da água por parte de infra-estruturas turísticas e desportivas vieram controlar o uso da água nestas regiões onde a sua presença é mais baixa do que no restante país.