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Conceito de Seleção Natural
Seleção Natural é um conceito criado por Charles Darwin na sua obra “A origem das espécies” e por Alfred Wallece. A teoria da seleção natural admite que o ambiente seleciona os organismos que possuem as melhores caraterísticas para sobreviver favorecendo a sua reprodução e com isso a continuação da espécie e dessas caraterísticas.
Trata-se de um processo natural e progressivo que ocorre dentro de uma população, onde existe uma variabilidade de caraterísticas associadas a determinada espécie, ao longo do tempo e devido à interação da população com o meio ambiente esses traços vão sendo selecionados e herdados, passados de geração em geração, fazendo com que a espécie evolua.
O que inicialmente se pensava tratar da perpetuação das caraterísticas físicas e identificáveis a olho nu, veio a verificar-se mais tarde, com o avanço da investigação científica, que era na verdade a perpetuação das características genéticas que melhor se adequam a um determinado meio ambiente.
Ao conjunto das caraterísticas físicas apresentadas por um individuo, chamamos de fenótipo. Ao fenótipo está associado o genótipo que é o conjunto de genes que compõem uma caraterística, como por exemplo a cor do cabelo ou a cor dos olhos. O genótipo associado ao meio ambiente determina o fenótipo que os indivíduos apresentam.
Dentro de uma população existe variabilidade genética devido a mutações que vão ocorrendo no genoma de cada individuo, estas mutações podem ter muitas causas sendo uma delas a interação dos indivíduos com o meio ambiente. Estas alterações vão sendo passadas ao longo de gerações, fazendo com que as espécies evoluam e adquiram novas caraterísticas, com o passar dos anos, as alterações vão se mantendo podendo acabar por originar novas espécies, principalmente se elementos destas populações forem separados por uma barreira intransponível, o que favorece a especiação.
Pré-Darwinismo
Ao longo de vários séculos a igreja esteve na frente da investigação científica, propagando as suas teorias e deitando por terra todas aquelas teorias que entravam em confronto com as suas crenças. A principal teoria da evolução defendida era a teoria fixista do Criacionismos, este defendia a criação do mundo tal como ele era naquele momento por uma entidade superior, Deus. Estas ideias não surgiram com o nascimento do cristianismo, mas são na verdade bastante mais antigas remontando ao tempo da Grécia clássica.
Ao longo do século 17, os cientistas estavam divididos entre duas teorias. Por um lado tínhamos cientistas mais conservadores que continuavam a descrever uma “evolução” com base no fixismo, entre eles podemos encontrar Carl Lineu, um dos pais da taxonomia. Por outro lado começava a surgir um grupo de naturalistas que defendia uma evolução em que uma espécie derivava de outra devido à ocorrência de alterações nas suas caraterísticas, entre estes naturalistas encontrava-se o avô de Darwin, Erasmus Darwin, mas a primeira grande teoria evolucionistas surge com Jean-Baptist Lamarck e ficou conhecida como Lamarquismo.
O Darwinismo
Foi no meio destas duas fações que surge Charles Darwin e a sua teoria da evolução por seleção natural. Após uma viagem de 5 anos no navio H M S Beagle, este formulou as seguintes hipótese: 1) cada individuo possui caraterísticas que o distinguem de outros da sua espécie; 2) as diferentes caraterísticas conferem uma maior ou menor probabilidade de o individuo se reproduzir e 3) as caraterísticas são passadas de geração em geração após ocorrer reprodução. Estas hipóteses surgiram após observar diversas espécies de seres vivos em particular algumas espécies de aves das Galápagos que diferiam entre si no tamanho e na forma do bico. A publicação desta teoria deu-se após um outro naturalista Alfred Wallace ter chegado às mesmas conclusões de Darwin, tendo então o último acabado por publicar a sua obra “A origem das espécies” em 1859.
A ideia inicial de Darwin é bastante simples e facilmente verificada numa comunidade, por exemplo, de moscas. Imagine-se que nesta comunidade temos moscas com asas verdes e outras com asas negras. Como as moscas com asas verdes ficam mais camufladas no meio da vegetação estão mais protegidas contra os predadores não sendo comidas, o que favorece a sua reprodução. Por outro lado, as moscas com asas negras dão mais nas vistas por que sobressaem contra a folhagem, são por isso predadas mais vezes. Ao fim de algum tempo, como as moscas com asas negras não se conseguiram reproduzir, naquela população, acabam por desaparecer e passam a existir apenas moscas com asas verdes, pois estas estavam mais adaptadas ao seu ambiente. A seleção natural acabou então por moldar aquela população, o mesmo é verificado para diversas outras caraterísticas. No entanto o processo é mais complexo, uma vez que a cada nova geração surgem mutações, isto é, continua a ocorrer variação.
O presente da Seleção Natural
Com o avanço na investigação científica, graças aos esforços de muitos e brilhantes cientistas, descobriu-se o ADN, a forma como a hereditariedade ocorre, os avanços na biologia molecular, o mapeamento genético entre muitas outras descobertas que contribuíram para formular a teoria do Neodarwinismo. Esta teoria tem por base a teoria de Charles Darwin, no entanto, toma também em conta as mais recentes descobertas de propagação da informação genética, do fenótipo e do genótipo dos indivíduos. Admitindo assim que a seleção natural deve-se a uma transmissão de caraterísticas genéticas que quando associadas ao meio ambiente tornam os indivíduos mais adaptados ao seu ambiente.
Apesar de bem fundamentada, a teoria de Charles Darwin teve um grande impacto no século 17, tendo que enfrentar grandes controvérsias, pois eram ideias bastante revolucionarias para a época. Com o passar dos anos esta teoria foi sendo adaptada às novas descobertas tornando-se uma das mais importantes teorias para explicar a evolução dos seres vivos, sendo usada não só em evolução mas tornando-se transversal a diversas áreas.