Pteridófita

As Pteridófitas são um grupo de plantas vasculares comumente designadas por ‘fetos’. Esta palavra tem origem grega e significa planta-feto. Este nome deve-se ao facto de as folhas dos fetos nascerem enroladas sobre si próprias e irem-se desenrolando à medida que se desenvolvem, assemelhando-se, assim, a fetos humanos no útero.

Existem cerca de 10 mil espécies de Pteridófitas, entre fetos e equissetos (cavalinhas). As cavalinhas lembram rabos-de-cavalo a despontar do solo designando-se, por essa razão, de ‘cavalinha’ ou ‘rabos-de-cavalinhos’!

As Pteridófitas não possuem nem sementes nem flores, e são anteriores às Espermatófitas (plantas com semente) na escala evolutiva. Porém, são plantas já mais complexas e mais desenvolvidas que as Briófitas (Musgos).

 

Desenvolvimento de um sistema vascular

Uma das características que permitiu às Pteridófitas atingir um maior porte foi o desenvolvimento de um sistema vascular que lhes permite a sustentação suficiente para crescerem em altura. Por esta razão, estas plantas encontram-se incluídas no grupo das plantas Traqueófitas (plantas vasculares).

 

Reprodução dependente da água

 

Algumas das folhas das Pteridófitas são apenas especializadas na fotossíntese e não têm função reprodutora. No entanto, existem outras folhas nas quais crescem ‘soros’ na face inferior, que correspondem a grupos de esporângios. Os esporângios possuem um pedúnculo com uma fila de células com espessuras variáveis. Quando esta fila de células se contrai, o esporângio rebenta e os esporos são libertados. Quando o esporo germina forma-se uma estrutura – o protalo – que desenvolve pequenas raízes que penetram no substrato. Os órgãos sexuais da planta encontram-se neste protalo e, quando os gâmetas masculinos amadurecem (anterozóides) nadam com a ajuda de flagelos móveis em direcção aos gâmetas femininos (oosferas). Neste grupo, a reprodução ainda é dependente da água para permitir a mobilidade dos flagelos.

Após ocorrer a fecundação, o ovo desenvolve-se na planta adulta. Durante esta fase, o protalo fornece os nutrientes à planta mas, assim que ela se torna autónoma e capaz de produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese, o protalo desaparece.

Os equissetos também se reproduzem desta forma. Também possuem caules estéreis apenas com função fotossintética e outros caules férteis, com função reprodutora.

 

Novas plantinhas surgem nas folhas do género Camptosorus

Existem excepções a este modelo reprodutivo. O género Camptosorus reproduz-se de forma diferente e curiosa. As novas plantas são produzidas na extremidade das folhas que se vão inclinando à medida que o peso aumenta. Quando as jovens plantinhas ficam próximas do solo, desenvolvem pequenas raízes para se fixarem ao substrato.

 

Fetos com mais de 20 metros!

Como uma planta dependente da água, os fetos dão-se bem em climas húmidos sem grande exposição solar. Em climas temperados, estas plantas têm dimensões de aproximadamente um metro de altura. Porém, nas regiões tropicais e subtropicais, em florestas húmidas e quentes, ocorrem espécies de fetos arbóreos que podem chegar a ter mais de 20 metros de altura!

 

Referências Bibliográficas

Smith, A. R., Pryer, K. M., Schuettpelz, E., Korall, P., Schneider, H., & Wolf, P. G. (2006). A classification for extant ferns. Taxon, 705-731.

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