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Conceito de Hepatócito
Os hepatócitos ou células hepáticas são os principais componentes da unidade funcional do fígado, o lóbulo hepático. Embora constituam apenas 60% do número total de células, compõem cerca de 75% do peso da glândula hepática.
Estrutura
Os hepatócitos são células poligonais com 6 a 12 faces e aproximadamente 20 a 30 µm, bem próximas umas das outras formando placas anastomosadas, com uma a duas células de espessura.
Cerca de 75% dos hepatócitos possuem 1 único núcleo, redondo e voluminoso, o restante possui 2 núcleos
Os hepatócitos são células metabolicamente muito ativas. Como tal, possuem um grande número de organelos citoplasmáticos, entre os quais:
– Vários conjuntos de aparelhos de Golgi, localizados preferencialmente na vizinhança dos canalículos biliares;
– Abundantes ribossomas livres frequentemente organizados em polissomas, retículo endoplasmático rugoso (RER) constituído pelo empilhamento de cisternas e retículo endoplasmático liso (REL), cuja quantidade varia com a região e a função dos hepatócitos. A presença de certas drogas e toxinas no sangue induz o aumento do conteúdo de REL porque a desintoxicação ocorre dentro das cisternas destes organelos;
– Devido à elevada necessidade energética, cada célula possui numerosas mitocôndrias (à volta de 2000/célula);
– O hepatócito possui também uma grande quantidade de endossomas, lisossomas e peroxissomas.
– Contêm quantidades variáveis de inclusões sob a forma de gotículas lipídicas e depósitos de glicogénio.
As gotículas lipídicas são na sua maioria, lipoproteínas de muito baixa densidade – VLDLs (Very low-density lipoproteins) e são especialmente proeminentes após o consumo de uma refeição gordurosa. Os depósitos de glicogénio estão presentes sob a forma de grânulos conhecidos como partículas β cuja distribuição varia de acordo com a localização do hepatócito.
Função
A função dos hepatócitos varia conforme a sua posição no lóbulo hepático. Observa-se um gradiente de atividade que vai dos espaços porta, onde há uma maior disponibilidade de oxigénio e nutrientes, até à veia central.
Possuem um papel importante na manutenção do ambiente interno (Homeostasia), nas conversões de nutrientes, na regulação e armazenamento da energia, nas alterações de hormonas e vitaminas e na destoxificação de compostos estranhos (Biotransformação de xenobióticos).
Regeneração hepática
No Homem, os hepatócitos apresentam um tempo médio de vida de 300 a 500 dias e as divisões celulares são muito raramente observadas. Contudo, o fígado possui uma capacidade de regeneração excecional (não só dos hepatócitos como das outras células do fígado). Assim, se uma porção do fígado for excisada ou se drogas hepatotóxicas forem administradas, levando à necrose do tecido hepático, os hepatócitos proliferam e o fígado regenera-se, atingindo a sua arquitetura normal e o seu tamanho original.
O mecanismo de regeneração é controlado pelo fator de transformação do crescimento beta – TGF-β (Transforming growth factor-β), pelo fator de crescimento epitelial, pela interleucina-6 e pelo fator de crescimento dos hepatócitos.
References:
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