Diibridismo

Conceito de diibridismo, as suas principais características, a forma como se expressa, assim como alguns exemplos…

Conceito de Diibridismo

diibridismo

 

Diibridismo corresponde à transmissão simultânea de duas características distintas, provenientes de dois genes distintos e independentes, localizados em cromossomas diferentes. O diibridismo é considerado como a segunda Lei de Mendel, designada por Lei da Segregação Independente.

Num caso de diibridismo, não se tem atenção à variação de uma única característica, mas antes à variação que pode ocorrer em duas características diferentes, sendo que se ocorrer alteração essa pode dever-se a uma segregação independente dos alelos, ou a uma segregação dependente. A diferença entre o tipo de segregação que pode ser encontrado deve-se à localização dos alelos, pois quanto mais próximos se encontrarem mais dependentes se torna a sua transmissão.

Este conceito corresponde ao estudo do comportamento da transmissão simultânea de duas características, esta análise é mais complexa que a análise do monoibridismo, no entanto, é mais próxima da realidade, pois nem todas as características são transmitidas de forma individual.

O conceito de diibridismo continua associado ao conceito de dominância e recessividade, visto o conceito apenas variar na quantidade de características analisadas e não na relação entre elas. Cada alelo analisado pode apresentar uma relação de dominância e recessividade em relação ao alelo para o mesmo locus no cromossoma homólogo, mas não em relação aos alelos presentes noutro loci.

Experiências de Mendel:

Inicialmente as investigações de Mendel centraram-se na transmissão de uma única característica, como por exemplo, a cor das sementes de ervilheiras. Com essas experiencias foi possível a formulação da primeira Lei de Mendel – Lei da Segregação factorial. Posteriormente Mendel dedicou-se ao estudo da transmissão simultânea de duas características.

O principal objectivo de Mendel era determinar se a transmissão de duas características ocorreria de forma independente ou, se pelo contrário, essas características seriam transmitidas em bloco.

Mendel recorreu ao cruzamento de duas linhagens puras (homozigóticas) com características contrárias. Uma das linhagens possuía semente amarela com superfície lisa, enquanto a outra possuía cor verde e superfície rugosa. Os descendentes obtidos com este cruzamento, tal como nas experiências de monoibridismos, possuem apenas um tipo de fenótipo, sementes amarelas com superfície lisa, mas um genótipo heterozigótico.

Ao cruzar os descendentes do primeiro cruzamento, Mendel obteve resultados diferentes dos obtidos nas suas experiências de monoibridismo. Neste segundo cruzamento foram obtidos quatro fenótipos diferentes (sementes amarelas lisas, amarelas rugosas, verdes lisas e verdes rugosas), enquanto no monoibridismo eram apenas obtidos três.

Os resultados obtidos por Mendel, para um conjunto de 16 sementes obtidas, apresentavam uma percentagem de 9:3:3:1 respectivamente em relação às características mencionadas em cima, sendo que a mais comum seriam as sementes amarelas lisas (caracteres dominantes) e as menos comuns seriam as sementes verdes rugosas (caracteres recessivos).

Com os dados que foram obtidos foi possível determinar que essas características eram obtidas devido a uma combinação aleatória dos alelos durante a formação dos gâmetas. No entanto, posteriormente foi verificado que para que estas combinações ocorram é necessário que os alelos se encontrem em cromossomas diferentes, não se tratando de uma regra universal.

Os cruzamentos:

No diibridismo a união dos alelos ocorre de forma semelhante à utilizada no monoibridismo, no entanto, é necessário considerar mais alelos do que os utilizados pelo monoibridismo.

Por exemplo, utilizando os cruzamentos indicados nas experiências de Mendel pode afirmar-se que os primeiros indivíduos possuiriam o seguinte genótipo: AALL (Indivíduos homozigóticos dominantes) e aall (Indivíduos homozigóticos recessivos) sendo que o alelo A corresponde à dominância da cor amarela e o L corresponde à dominância da superfície lisa.

A segunda geração, caracterizada por todos os indivíduos heterozigóticos, teria o genótipo AaLl, enquanto os fenótipos para o cruzamento entre os heterozigóticos poderiam apresentar oito genótipos diferentes com as seguintes combinações: para o fenótipo amarelo liso AALL ou AaLl ou AaLl ou AALl, para o fenótipo amarelo rugosos Aall ou AAll, para o fenótipo verde liso aaLl ou aaLL e ainda para o fenótipo verde rugoso aall.

As combinações mencionadas anteriormente devem-se ao facto de os alelos para aquelas características encontrarem-se em cromossomas diferentes o que favorece uma organização aleatória durante a realização da meiose. Se esses alelos estivessem no mesmo cromossoma essas combinações não seriam possíveis, a não ser que tivesse ocorrido um crossing over que permite a deslocação de genes entre cromossomas homólogos, no entanto, neste último caso as proporções que se obteriam seriam diferentes das esperas.

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References:

Griffiths AJF, Miller JH, Suzuki DT, et al. An Introduction to Genetic Analysis. 7th edition. New York: W. H. Freeman; 2000. Gene interaction and modified dihybrid ratios. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK21850/

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