Amostragem (na Biologia)

Apresentação do conceito de Amostragem aplicado à Biologia e apresentação dos diversos métodos e técnicas de amostragem (…)

Este artigo é patrocinado por: «A sua instituição aqui»

Conceito de Amostragem (na Biologia):

Técnica do quadrado

Amostragem é um conceito matemático no qual se selecciona uma pequena parte da população (amostra) para estudar o todo (população). A amostragem permite realizar estimativas válidas sobre os temas em análise. Este conceito é aplicado em várias áreas das ciências, entre as quais a ecologia.

Na ecologia este conceito é usado para estudar as comunidades de forma mais económica, uma vez que o estudo de uma comunidade inteira pode ser muito difícil e por vezes é muito dispendioso. A amostragem surge devido a uma necessidade, por parte dos ecologistas, de obter dados quantitativos sobre os ecossistemas que estão a ser estudados.

O primeiro passo na realização de uma amostragem é seleccionar o objecto que vai ser amostrado, assim como identificar que informação se quer obter. De seguida deve-se determinar quais os métodos adequados para a sua realização. Esses métodos devem garantir a representatividade da amostra, isto é, que as amostras obtidas representam a população, algo que é muito difícil em ecologia.

Para a realização de uma amostragem é necessário o conhecimento das características naturais associadas ao elemento em estudo, pois o objecto de estudo é uma estrutura natural com variações naturais inerentes, que podem afectar a forma como o resultado, da análise dos dados, deve ser interpretado.

Como em qualquer outra amostragem é necessário a realização de réplicas de forma a obter dados mais fidedignos. No caso de uma amostragem ecológica, existe a possibilidade de realizar sub-amostragens, estas correspondem a amostragens obtidas a partir de outras amostragens pré-feitas, por exemplo, ao analisar-se amostras de sangue, o sangue recolhido não será todo analisado, mas apenas algumas gotas (essa gotas corresponde a uma sub-amostragem).

Métodos de amostragem:

Métodos directos (metodologia na qual se analisa directamente a população). Os métodos directos usados são normalmente contagens das espécies que se encontram no local. Os métodos indirectos usam metodologias nas quais se analisa de forma indirecta a comunidade.

A vantagem de uma amostragem directa consistem na observação do que se vai obter, já a desvantagem é a impossibilidade de recolher espécies de grande porte. A vantagem de uma amostragem indirecta reside no facto de ser menos dispendiosa, mas por outro lado, não permite ver o que é estudado

Além de poderem ser separados em métodos directos e indirectos, as técnicas de amostragem também podem ser divididas entre métodos não destrutivos e métodos destrutivos. Os métodos não destrutivos são aqueles cuja prática não causa qualquer dano físico aos seres vivos em estudo, já os métodos destrutivos vão causar danos significativos ou mesmo a morte dos seres vivos estudados.

As amostragens podem ainda ser divididas pelo espaço que é necessário para a sua realização. Neste caso temos amostragens:

  • Por pontos (a amostragem é efectuada através da recolha de amostras em vários pontos de amostragem).
  • Por linhas (a amostragem é realizada ao longo de uma linha determinada previamente).
  • Por quadrados (a amostragem é realizada dentro de um quadrado com uma determinada área, seleccionada previamente).

Estas amostragens podem ser efectuadas de forma sistemática ao serem recolhidas amostras em áreas iguais, podem ser efectuadas ao acaso quando apenas se seleccionam pontos ou linhas dentro da área em estudo. Podem também ser amostragens estratificadas quando as diferentes áreas são igualmente representadas, ou ainda amostragens de conveniência quando as áreas em estudo são escolhidas por facilidade de acesso.

Existem inúmeras técnicas de amostragem, entre as quais podem ser mencionadas:

  • Transeptos – amostragem sistemática usada, normalmente, em áreas que sofrem rápida alteração na sua composição específica, a amostragem é in situ a distâncias constantes, as distâncias são seleccionada de forma a serem representativas;
  • Método do quadrado – corresponde ao uso de uma estrutura quadrática dividida em quadrados mais pequenos, após a aplicação desta estrutura faz-se a análise aleatória de algumas das unidades com o objetivo de determinar a cobertura média das espécies na área em estudo. Corresponde a um método de estimativa visual;
  • Técnica de raspagem – técnica na qual se remove total ou parcialmente o coberto, de forma a proceder à sua análise;
  • Estimativa por fotografia – corresponde ao uso de fotografias dos locais para proceder a estimativas sobre determinadas condições, como a composição florística de uma dada área.
  • Dragagem – esta técnica permite a obtenção de dados para calcular a densidade populacional, consiste numa rede que retira por arrasto todos os elementos presentes numa massa de água, no entanto, funciona apenas para recolhas na linha de costa;
  • Amostrador de Wilding – consiste no uso de um cilindro para fazer recolha de plâncton e outros bentos, esta técnica implica que o cilindro seja enterrado no fundo e que topo fique fora da linha de água facilitando assim a recolha;
  • Rede de plâncton – consiste numa rede tridimensional com volume conhecido e que é usada para a recolha de espécimes de algas e zooplâncton à profundidade desejada;

Como mencionado existem diversas técnicas de amostragens, no entanto, cada uma dessa técnicas é adequada para uma determinada situação sendo para isso necessário seleccionar a que melhor se adequa para a amostragem que se pretende realizar.

Por exemplo, uma amostragem em meio aquático, dependendo da zona amostrada, só pode ser realizada numa determinada época. Para a realização dessa amostragem podem ser usados equipamentos como redes e dragas, assim como as técnicas de captura ou a pesca eléctrica de forma a obter uma amostra que represente o sistema em análise.

Palavras-chave:

Amostra

Replicas

Técnicas de amostragem

5099 Visualizações 1 Total

References:

Abelho, Manuela, (2007). Manual de Ecologia Aquática. Instituto Politécnico de Coimbra, Departamento de Ciências exatas e do ambiente.

INAG, I.P. (2008). Manual para a avaliação biológica da qualidade da água em sistemas fluviais segundo a Diretiva Quadro da Água Protocolo de amostragem e análise para a fauna piscícola. Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Instituto da Água, I.P.

Medeiros, Daniela Andrade, (2004). Métodos de amostragem no levantamento da Diversidade Arbórea do Cerradão da Estação ecológica de Assis. Tese de mestrado Escola Superior de Agricultura, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Sabino, C. M., Villaça, R. (1999) Estudo comparativo de métodos de amostragem de comunidades de Costão. Rev. Brasil. Biol., 59(3): 407-419

Pillar, V.D. (1996). O problema da amostragem em ecologia vegetal. UFRGS, Departamento de Botânica. Consultado em: Junhos 16, 2015, em http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br

Vasconcelos, Edson Régis; Reis, Thiago; Guimarães-Barros, Nathalia; Soares, Luana; Miranda, George; Cocentino, Adilma, (2011). Métodos de amostragem para comunidades de macroalgas marinhas em recifes de arenito. Rev. Bras. Eng. Pesca 6(1): 17-29

5099 Visualizações

A Knoow é uma enciclopédia colaborativa e em permamente adaptação e melhoria. Se detetou alguma falha em algum dos nossos verbetes, pedimos que nos informe para o mail geral@knoow.net para que possamos verificar. Ajude-nos a melhorar.