Relação parental

A relação parental diz respeito à forma como a ligação entre os pais e os filhos é construída.

A relação parental diz respeito à forma como a ligação entre os pais e os filhos é construída. Esta relação influencia todo o desenvolvimento da criança, seja ela pela positiva ou pela negativa, trazendo as respetivas consequências bem ou menos bem sucedidas de acordo com a posição assumida pelos pais.

Segundo Cardoso e Veríssimo (2013) é notória a forma como a relação parental influencia a educação e o comportamento das crianças, o que traz consequências ao nível do seu desenvolvimento.

Podemos encontrar diferentes tipos de relações parentais em diferentes tipos de contexto, como por exemplo, pais que se envolvem na educação e desenvolvimento dos filhos, os quais vão promover sentimentos positivos nos mesmos em relação a si (Mondim, 2008). Já em outras circunstancias em que os pais não se envolvem na orientação dos filhos, que os tratam mal e que são agressivos, é mais comum encontrarmos crianças retraídas e com baixa autoestima (Mondim, 2008).

Assim, quando há relacionamentos em que impera a empatia e a segurança a criança aprende, desde cedo, a construir a sua própria capacidade de desenvolver competências empáticas e de relacionamento saudável com os pares e com os adultos (Mondim, 2008).

Os pais podem assumir diferentes estilos que podem ser autoritários, permissivos ou autorizantes (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

No caso dos primeiros as autoras caracterizam como sendo mais rígidos e como menos promotores da autonomia dos seus filhos, assumindo posições de controlo pela punição, dentro dos quais, a criança deve ter uma atitude de total obediência aos pais (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Já no caso do estilo autorizante, a relação parental assume uma posição de controlo mas de forma afetuosa em que os pais são calorosos com os seus filhos em função das suas necessidades (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Neste tipo de relação, a comunicação acontece de forma aberta e, ao contrário dos pais autoritários, estes primam por promover a autonomia e a responsabilidade nos seus filhos, no sentido de os orientar na construção da sua individualidade (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Algumas das estratégias aqui utilizadas são o reconhecimento dos direitos dos filhos em que, quando existe uma decisão para tomar, a mesma será tomada tendo em conta a opinião dos mesmos (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Estudos realizados por outros autores demonstram ainda que os pais preocupados em promover a autonomia e a responsabilidade nos filhos, bem como investir em relacionamentos calorosos, com abertura ao diálogo e com encorajamento das suas competências, por norma, acabam por conseguir efeitos mais eficazes de educação (Mondim, 2008).

Assim estas crianças vão crescer de forma a saber partilhar, pois conhecem as normas e as regras de forma clara porque todo o processo educativo se constrói de forma a que se sinta a existência de compromisso de parte a parte (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Quando falamos de pais autorizantes, encontramos, portanto, uma junção de exigência com afeto, o que permite que haja um ambiente que estimula o intelecto das crianças (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Por fim, o estilo permissivo diz respeito aos pais cuja atitude perante os filhos é de total aceitação e tolerância no que concerne aos impulsos, desejos e atitudes que os mesmos tomam, sem haver qualquer tipo de controlo ou restrição (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Estes pais são pouco punitivos pelo que não regulam o comportamento dos seus filhos, antes pelo contrário, deixando que sejam estes a tomar posse dessa situação (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Não há aqui muito investimento nas regras e nas rotinas sendo os filhos quem orienta o seu próprio caminho (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Para as autoras, tendo em conta as características presentes nos três tipos e de acordo com as pesquisas feitas junto das populações, é evidente que tanto o estilo autoritário como o estilo permissivo, são ineficazes numa relação parental que se quer bem sucedida (Cardoso, & Veríssimo, 2013).

Conclusão

A relação parental assume diferentes contornos em diferentes contextos, no entanto, o denominador comum a todos eles é que a mesma vai ditar a forma como a criança se vai desenvolver e relacionar-se com os outros, sejam eles pares ou adultos. Os estudos evidenciam que quanto mais os pais se envolvem na educação dos seus filhos de forma empática, maiores frutos colherão da educação dada. No entanto, quando a atitude se torna mais autoritária, mais permissiva ou quando assume contornos de negligência ou mesmo maus tratos, isso vai trazer consequências extremamente negativas para o desenvolvimento das crianças.

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