A psicose na adolescência está relacionada com as mudanças características desta fase e com questões pulsionais mal resolvidas na infância.
No que diz respeito ao assunto da psicose na adolescência, a literatura demonstra que a mesma deve ser abordada de forma cautelosa devido à fase de desenvolvimento em questão, a qual influencia significativamente o indivíduo a longo prazo (Pequeno, 2002).
Falar em psicose na adolescência remete-nos para o facto de a mesma acontecer dentro de um cenário em que o jovem passa por várias mudanças corporais, no entanto, os sintomas apresentados pela perturbação já são manifestados desde a infância (Amparo, Brasil, & Wolff, 2010).
Alguns dos sintomas mais frequentes da psicose na adolescência, são s regressões bizarras que o jovem começa a demonstrar no seu comportamento (Amparo, Brasil, & Wolff, 2010).
Alguns deles prendem-se com uma dificuldade em organizar questões pulsionais do foro da sexualidade infantil e que se manifestam mais incidentemente nesta fase devido a todas as mudanças características da mesma (Amparo, Brasil, & Wolff, 2010).
No entanto, como já foi dito anteriormente, o diagnóstico é bastante reservado, uma vez que os adolescentes não sintomatizam todos da mesma forma, alguns, por exemplo, apresentam surtos psicóticos e perturbação de personalidade com traços de obsessão obsessivo-compulsiva (Pequeno, 2002).
Podemos dizer que a psicose na adolescência é um processo incompleto uma vez que, tendo em conta que se trata de uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, não se sabe exatamente onde começa (Amparo, Brasil, & Wolff, 2010).
Assim, alguns autores entendem que, por si só, a adolescência é uma fase em que o indivíduo entra numa ponte invisível e que precisa de bastante acompanhamento para atravessar a mesma de forma saudável (Pequeno, 2002).
Os adolescentes com estruturas mais frágeis tendem a desenvolver sintomas de psicose com maior facilidade devido à sua instabilidade psíquica (Amparo, Brasil, & Wolff, 2010).
Conclusão
A psicose na adolescência está relacionada com questões por resolver na infância, maioritariamente de caris sexual associado a essa fase, bem como ao facto de ser uma fase de desenvolvimento de mudanças constantes.
É necessário bastante cuidado no diagnóstico porque se trata de uma fase conturbada e de um processo em constante mudança, o que faz com que não seja possível compreender com exatidão a fase em que se iniciou e até onde se manifesta.
References:
- Matos do Amparo, Deise, Tarouquella R. Brasil, Katia, Santos Wolff, Lana dos, Adolescência e Psicose: Traumatismo e Violência do Pubertário. Interamerican Journal of Psychology [en linea] 2010, 44 (Sin mes) : [Fecha de consulta: 30 de abril de 2019] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28420658013> ISSN 0034-9690 Pequeno, Angela. (2002). Adolescência e psicose. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 5(1), 175-179. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982002000100012;
- Pequeno, Angela. (2002). Adolescência e psicose. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 5(1), 175-179. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982002000100012