Modelagem
A teoria da modelagem de Bandura defende que o indivíduo pode aprender pela observação do outro, sem ter de passar diretamente pela experiência. Segundo o autor, o processo de modelagem traz mais vantagens do que a experiência direta devido à inexistência de percalços que possam atrasar o desenvolvimento.
Para Ramires, Carapeta, Felgueiras e Viana (2001), o conceito de modelagem assume que o comportamento do sujeito não é obrigatoriamente alterado por meio de experiências diretas, ou seja, basta que o mesmo observe o comportamento de terceiros para que alterações possam ocorrer e, consequentemente, resultados dessas alterações.
Segundo Almeida, Lima, Lisboa, Lopes e Junior (2013) esta teoria significa que os seres humanos têm formas muito diferentes de aprender, podendo ser elas pela prática ou pela observação do outro. Assim, no que concerne à aprendizagem pela prática, a experiência direta permite ao indivíduo viver o que aprende e encarar, também de forma direta, as respetivas consequências (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013).
Quanto à aprendizagem pela observação, que é a forma como a mesma acontece, na maioria das vezes, o indivíduo aprende a ver o comportamento dos outros, o que lhe permite ver as consequências, positivas e negativas, da aprendizagem, de fora (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013). A este tipo de aprendizagem, Bandura chama aprendizagem por modelagem e alguns autores defendem que a mesma se torna mais eficiente por não levar o indivíduo a correr o risco de enfrentar a punição devido à tentativa e erro (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013).
Indo ao encontro destas teorias de Bandura, outros autores defendem que a aprendizagem não tem, de facto, de acarretar percalços para o indivíduo, pelo que a modelagem acaba por ser, também, um método eficaz de aprendizagem (Ramires, Carapeta, Felgueiras, & Viana, 2001). Pelo ponto de vista de Bandura, o observador que aprende por modelagem pode, inclusive, aprender mais rapidamente, já que, não estando diretamente ligado à experiência, pode estar mais atento a tudo, inclusive às consequências da mesma (Ramires, Carapeta, Felgueiras, & Viana, 2001).
“.. os Homens criam regras a partir das suas experiências passadas e da observação, segundo as quais decidirão quando e como irão usar determinado comportamento para alcançar um resultado desejado” (Ramires, Carapeta, Felgueiras, & Viana, 2001, p. 16).
Segundo os autores, esta aprendizagem evita também que o desenvolvimento cognitivo e social sofra algum tipo de atraso (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013).
Não obstante, isto não significa que a modelagem seja uma forma de aprendizagem estandardizada para todos, ou seja, também é importante colocar aqui a personificação e a simbologia que são diferentes de indivíduo para indivíduo (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013).
Para Feist; Feist, 2008, cit in Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013) é um método de aprendizagem que também implica atenção, representação, geração de um comportamento e motivação.
Na maioria das vazes, o indivíduo que se encontra em processo de aprendizagem por modelagem, tende a observar modelos com os quais se identifica mais, mais atraentes e com estilos de comportamento que vão mais ao encontro daquilo que o próprio entende como mais importante e valioso para si (Almeida, Lima, Lisboa, Lopes, & Junior, 2013).
Este processo de aprendizagem implica que o indivíduo observe o seu modelo e faça de acordo com o que o outro faz para que, futuramente, caso necessário, utilize essas ferramentas com eficácia, ou seja, exibindo o que aprendeu de acordo com o que viu no modelo (Ramires, Carapeta, Felgueiras, & Viana, 2001).
Desta forma, Almeida, Lima, Lopes e Junior (2013) verificam a existência de afetividade e motivação, sempre presentes em cada processo de modelagem.
Conclusão
Podemos entender que, de acordo com a teoria de Bandura, o processo de aprendizagem pela modelagem parece tornar a mesma mais rápida e eficaz do que o processo pela prática. Bandura defende a eficácia da modelagem devido à mesma não acarretar percalços para o indivíduo já que ele se torna num espetador da experiência do outro, o que significa que não vai sofrer consequências negativas do método por tentativa e erro.
References:
- Almeida, A.P., Lima, F.M.V., Lisboa, S.M., Lopes, A.P., & Junior, A.J.A.F. (2013). COMPARAÇÃO ENTRE AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM DE SKINNER E BANDURA. Cadernos de Graduação – Ciências Biológicas e da Saúde | Meceió | v.1 | n.3 | p.81-90 | nov. 2013. Recuperado e 25 de novembro de 2017 de https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/view/905/608;
- Ramires, A., Carapeta, C., Felgueiras, F., & Viana, M.F. (2001). Treino de modelagem e visualização mental: Avaliação dos efeitos nas expectativas de auto-eficácia e desempenho de atletas de patinagem. Análise Psicológica (2001), 1 (XIX): 15-25. Recuperado em 25 de novembro de 2017 de http://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/1862