Exclusão social
Exclusão social diz respeito à colocação de determinados indivíduos à margem da sociedade. Estes indivíduos, por serem excluídos, sofrem com desigualdades de acesso a vários tipos de meios que seriam necessários para dar resposta às suas necessidades básicas.
Exclusão social pode advir de situações vulneráveis no contexto familiar ou mesmo de delinquência (Feijó, & Assis, 2004).
No entanto, alguns dos maiores focos em que assistimos à predominância da mesma são a opressão, a dominação, a exploração, a subordinação, entre outros, que provêm da eterna luta entre classes, principalmente em termos salariais por motivos de pobreza, carência e necessidade que provocam desigualdades muito discrepantes entre essas mesmas classes (Sposati, 2006).
Nestas situações alguns autores referem a exclusão social do ponto de vista inclusivo, isto é, viver de forma desigual, dentro do mesmo mundo onde os outros são tratados como iguais, pelo que esta forma de exclusão se define como “exclusão integrativa” (Sposati, 2006).
É muito habitual que o fenómeno aconteça de forma bastante evidenciada em meios empobrecidos devido à miséria em que as pessoas vivem no que concerne à carência e limitações materiais (Feijó, & Assis, 2004).
Indivíduos em situação de exclusão social não escolhem a sua situação nem a mesma acontece radicalmente, isto é, ela vai surgindo ao longo do desenvolvimento da sociedade e da situação económica que a mesma atravessa (Feijó, & Assis, 2004). Além desta problemática existe ainda o obstáculo em relação às minorias étnicas que traz como consequência o desemprego, a falta de mantimentos, inacessibilidade aos cuidados de saúde e de habitação, entre outros (Feijó, & Assis, 2004).
A exclusão pode ser vista de vários ângulos, no entanto, o mais grave de todos é o económico, como por exemplo, quando o país, devido aos seus líderes partidários não promove emprego entre as populações e deixa os menos preparados para o mercado de trabalho, numa situação ainda mais vulnerável (Feijó, & Assis, 2004).
Existem ainda outras formas de exclusão social bastante conhecidas tais como a cultural, territorial e étnica, pelo que, no que concerne à exclusão cultural, aquilo a que assistimos é à incapacidade do indivíduo para obter a escolaridade necessária que lhe dá o acesso à capacidade de encontrar emprego, uma vez que é uma das necessidades básicas (Feijó, & Assis, 2004).
Em relação à exclusão étnica, prolifera através do estigma, da discriminação e até mesmo da migração que se propaga em todas as direções continentais devido à fuga das populações à crise do desemprego, que acaba por fazer com que as pessoas trabalhem por salários precários que não lhes permitem obter os direitos básicos de cidadania (Sposati, 2006).
“A exclusão social é a apartação de uma inclusão pela presença da discriminação e do estigma.” (Sposati, 2006).
Quando falamos de exclusão territorial, diz respeito à privação do indivíduo em estar no seio da sociedade, do emprego, da escola e mesmo da produtividade (Feijó, & Assis, 2004).
Sposati (2006) verificou, de acordo com os seus estudos, que territórios, etnias, migração e cidadania são várias das situações que provocam a exclusão social, não tão focada na economia mas sim em questões políticas e sociais de poder. Exemplos disso são as diferenças nos países do hemisfério sul, definidas como “a exclusão ao sul do Equador” que, devido às diferenças temporais de desenvolvimento, acabam por usufruir de algum equilíbrio social, mais tarde do que seria desejável (Sposati, 2006).
Ao nível da psicologia social, os estudos indicam a necessidade da sociedade em buscar aquilo que é melhor para todos, pelo que é isso que a faz enveredar constantemente numa luta pela igualdade básica (Sposati, 2006).
Outros estudos que evidenciam esta questão no que concerne ao desemprego, remetem-nos para a Grande Depressão dos anos 30 devido ao efeito de marginalidade que o mesmo provocou (Sposati, 2006).
A exclusão étnica, por assumir contornos que colocam o indivíduo em situação de inferioridade, provoca reações de revolta e acaba por dificultar o seu acesso aos bens de consumo, à escola, à saúde e até mesmo ao convívio normal com os restantes membros da sociedade (Feijó, & Assis, 2004).
Esta exclusão deve-se, sobretudo, a questões de rigidez mundial que provocam os conflitos sociais que podemos ver em vários contextos como escolas, restaurantes, trabalho, entre outros (Sposati, 2006).
Conclusão
A exclusão social advém, principalmente, de diferenças e desigualdades sociais devidas às questões étnicas e culturais. Estas desigualdades traduzem-se em situações de pobreza e de carência em vários níveis tais como a escolaridade, a saúde e a alimentação uma vez que minorias étnicas são, constantemente, colocadas à margem da sociedade, acabando por enveredar por lutas pelo poder para ter os mesmos acessos que as outras populações dentro da mesma sociedade.
References:
- Feijó, Maria Cristina, & Assis, Simone Gonçalves de. O contexto de exclusão social e de vulnerabilidades de jovens infratores e de suas famílias. Estudos de Psicologia, 2004, 9(1), 157-166;
- Sposatim Aldaíza. A fluidez da inclusão/exclusão social. Cult. [online], 2006, vol.58, n.4 [cited 2016-07-30], pp.4-5. Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252006000400002&script=sci_arttext.