A baixa escolaridade diz respeito à incapacidade de compreensão e interpretação de um texto, normalmente associada à não conclusão do ensino básico. Na maioria das situações é mais comum observar a mesma junto de camadas da população mais idosas.
Entende-se como baixa escolaridade, a incapacidade para compreender textos em meio social, a não conclusão do ensino básico, mas a capacidade para escrever o próprio nome, bem como identificar números e letras (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017).
Vários são s estudos, tais como os de Parente, Scherer, Zimmermann e Fonseca (2009) que identificam a influência da baixa escolaridade ao nível do baixo desenvolvimento do indivíduo.
A neuropsicologia veio debruçando-se sobre o tema de forma transversal no tempo, uma vez que a baixa escolaridade está diretamente relacionada com o nível sócio-económico (NSE), a escolaridade, as experiências pessoais, as atividades diárias, entre muitas outras áreas da vida humana (Parente, Scherer, Zimmermann, & Fonseca, 2009).
Em termos geográficos, os dados encontrados nestes estudos, indicam-nos que os países da América Latina, são aqueles onde se encontram índices de escolaridade mais baixa, na população em geral (Parente, Scherer, Zimmermann, & Fonseca, 2009).
Os trabalhos realizados pelos autores demonstram, claramente, bastantes diferenças significativas entre indivíduos com alto nível de escolaridade e indivíduos com baixo nível de escolaridade, no que concerne às competências cognitivas (Parente, Scherer, Zimmermann, & Fonseca, 2009).
Em termos gerais, quando observados em toda a sua complexidade, seja na execução de tarefas diárias, seja na saúde seja em questões mais específicas, como por exemplo, a memória a curto prazo, é possível observar resultados mais baixos em indivíduos com escolaridade reduzida ou mesmo indivíduos analfabetos, do que na restante população (Parente, Scherer, Zimmermann, & Fonseca, 2009).
De acordo com os mesmos pressupostos, alguns trabalhos mostram a influência da baixa escolaridade em situações de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde, principalmente, na população idosa (Maximiano-Barreto, & Fermoseli, 2017).
Conclusão
Os estudos são unânimes quando associam a baixa escolaridade às lacunas no desenvolvimento do indivíduo e às consequências da mesma, tanto em termos de saúde como da qualidade de vida em geral. Verifica-se, na literatura, que estas limitações propiciam com maior facilidade o desenvolvimento de ansiedade e depressão, principalmente nas camadas mais idosas.
References:
- Maximiano-Barreto, Madson Alan, & Fermoseli, André Fernando de Oliveira. (2017). Prevalência de ansiedade e depressão em idosos de baixa escolaridade em Maceió/Al. Psicologia, Saúde & Doenças, 18(3), 801-813. https://dx.doi.org/10.15309/17psd180314
- Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta, Scherer, Lilian Cristine, Zimmermann, Nicolle, & Fonseca, Rochele Paz. (2009). Evidências do papel da escolaridade na organização cerebral. Neuropsicologia Latinoamericana, 1(1), 72-80. Recuperado em 18 de novembro de 2019, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2075-94792009000100009&lng=pt&tlng=pt.