A autoridade familiar diz respeito ao/s elementos responsável/responsáveis pela gestão e poder das questões familiares.
Ao falar de autoridade familiar, Pratta e Santos (2007) consideram os contornos familiares existentes durante o século XX, dentro dos quais, o que se esperava era que o homem fosse o chefe de família, responsável pelo seu sustento e tendo autoridade e poder tanto sobre a mulher como sobre os filhos. Para que as famílias tradicionais fossem dirigidas nestes contornos, acreditava-se que era necessário que a sua atuação fosse, principalmente fora de casa, ou seja, fora do ambiente familiar, o que levava à necessidade de ser sempre a mulher quem ficava responsável pela vida doméstica (Pratta, & Santos, 2007).
Vale dizer, no caso da mulher que, este tipo de gestão familiar em que impera a autoridade do marido, a mesma tinha a obrigação de se responsabilizar por todos os membros da casa, ou seja, tanto pelos filhos como pelo próprio conjugue (Pratta, & Santos, 2007).
“… as relações estabelecidas entre pais e filhos dentro desse modelo de família são marcadas pelas diferenças entre gerações (Figueira, 1987), sendo definidas por meio de noções de respeito e autoridade, aspectos que caracterizam a assimetria da relação adulto-criança.Os pais, neste período tinham controlo absoluto sobre os filhos…” (Pratta, & Santos, 2007, p. 248).
Mais tarde, e principalmente mais perto da viragem do século, é notório compreender como as mulheres, devido a sua emancipação, começaram a ganhar terreno no que dis respeto à autoridade familiar, uma vez que também elas ganharam autoridade em relação à educação dos filhos (Caldana, 1998).
Assim, já nos finais do século XX, podemos começar a perceber que a autoridade familiar começa a ser diferente, ou seja, menos pautada pela posição de poder e mais pautada pelo reforço diante de comportamentos adequados e mais positivos em relação às atitudes dos filhos, o que tornou a educação e os meios de autoridade familiar muito mais baseados no respeito (Caldana, 1998).
Conclusão
A autoridade familiar foi sendo modificada com a viragem do século XX para o século XXI, uma vez que se observa autoridade, controlo e poder, por parte do homem, principal provedor da remuneração e garantia da supressão das necessidades familiares, bem como a responsabilidade da mulher perante as tarefas domésticas e a sua família. Já a partir do iniciar do nosso século, as tarefas tornam-se mais similares, isto é, os dois elementos têm os mesmos deveres e direitos em relação à família para que a gestão e autoridade sejam feitas de forma adequada.
- Caldana Regina Helena Lima. A criança e sua educação na família no início do século: autoridade, limites e cotidiano. Temas psicol. [Internet]. 1998 Ago [citado 2019 Fev 22] ; 6( 2 ): 87-103. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1998000200002&lng=pt.
- Pratta, E.M.M, & Santos, M. (2007). FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA: A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DE SEUS MEMBROS. Psicologia em Estudo, Maringá, v.12, n. 2, p. 247-256, maio/ago 2007