Agressores sexuais são indivíduos que sentem satisfação na agressão e abuso sexual contra a vítima. Normalmente estas pessoas acreditam que não se trata de um crime pelo facto de acharem que a vítima sente vontade de viver aquele episódio
São vários os estudos que nos indicam que agressores sexuais podem estar presentes em todas as classes sociais e cujo comportamento agressivo pode gerar consequências bastante graves na vida da vítima tanto psicológica como comportamental e ao longo da vida (Serafim, Saffi, Rigonati, Casoy, & Barros, 2008).
Neste sentido Manita (2008) acredita na necessidade de avaliar o grau de gravidade da agressão para que seja possível dar início a uma intervenção junto do agressor.
De referir que os agressores sexuais não só existem em qualquer classe social como também existem em qualquer etnia, raça ou religião (Serafim, Saffi, Rigonati, Casoy, & Barros, 2008).
Nos seus trabalhos de pesquisa, Serafim, Saffo, Rigonati, Casoy e Barros (2008) observaram que o crime de agressão sexual não acontece de um momento para o outro mas que há sempre uma preparação e um plano para colocar o crime em ação (Serafim, Saffi, Rigonati, Casoy, & Barros, 2008). Uma das características aqui associadas é o facto de que estes predadores acreditam que a vítima quer relacionar-se com eles sexualmente, portanto, não se trata de um crime (Serafim, Saffi, Rigonati, Casoy, & Barros, 2008).
Para poder acabar com este tipo de crime, uma das primeiras coisas a fazer é garantir que a agressão vai terminar, pelo que é necessário que haja um contrato entre o agressor e um profissional de psicoterapia para que se possa estabelecer esta primeira parte do processo (Manita, 2008). Se em algum momento do processo, se repetir um episódio de agressão, a terapia é dada como terminada (Manita, 2008).
Este raciocínio leva-os mesmo a ver a reação da vítima como uma forma de demonstrar vontade de passar pelo processo (Serafim, Saffi, Rigonati, Casoy, & Barros, 2008).
Deste modo, parece óbvio que, para além da intervenção a fazer junto das vítimas, seja também adequado que se intervenha junto dos agressores (Manita, 2008).
Esta intervenção poderá suscitar a necessidade de o terapeuta contatar a vítima, ou, caso seja mais seguro para a mesma, contactar alguém que lhe seja próximo (Manita, 2008).
Conclusão
Os estudos acerca de agressores sexuais indicam que existe uma necessidade eminente de começar a intervir junto dos mesmos para além de intervir junto das vítimas. Contudo, é necessário que haja determinadas premissas a cumprir tais como a interrupção imediata da agressão. Esta necessidade de ter determinados tipos de contorno específicos no que concerne à intervenção junto de agressores deve-se ao facto de que o raciocínio dos mesmos ser de que a vítima quer passar pelo episódio de abuso sexual.
References:
- Manita, C. (2008). Programas de intervenção em agressores de violência conjugal. Intervenção psicológica e prevenção da violência doméstica.ousar integrar- revista de reinserção social e prova | nº1, 2008. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/64477/2/87954.pdf
- Serafim AP, et al. / Rev Psiq Clin, 2009; 36(3): 101-11. Disponível http://www.scielo.br/pdf/rpc/v36n3/v36n3a04.pdf