A aceitação entre pares diz respeito às competências sociais de relacionamento desenvolvidas pelas crianças e mais significativamente desenvolvidas no período escolar.
Os estudos acerca da aceitação entre pares demonstram que as crianças com maiores capacidades para o fazer, são, normalmente aquelas em cuja capacidade de comunicar verbalmente e de gerir as emoções, se mostram mais evoluídas (Emídio, Santos, Maia, Monteiro, & Veríssimo, 2008; Machado, Veríssimo, Torres, Peceguina, Santos, & Rolão, 2008).
Estas competências permitem que as crianças desenvolvam interações pessoais positivas, bem como sucesso escolar e competências sociais (Machado et al, 2008).
É notório que as competências que permitem gerir a as próprias emoções servem como alavanca para a capacidade de desenvolver todas as outras (Machado et al, 2008).
Assim podemos dizer que a aceitação entre pares é altamente influenciada pela motivação e sucesso escolar, o que significa que, nas situações em que se verifica o contrário, também se verifica que o rendimento académico baixo também leva a que haja menos capacidade de aceitação e mais problemas comportamentais (Machado et al, 2008).
Além destas variáveis, questões como o autoconceito, a autoestima e a percepção do self, predizem fortemente o desenvolvimento no que concerne à aceitação entre pares (Emídio, Santos, Maia, Monteiro, & Veríssimo, 2008).
De referir ainda que as crianças mais velhas, habitualmente, são as que têm maior facilidade de aceitação e relacionamento com os pares e que o próprio estatuto social também prediz a capacidade de aceitação entre pares (Machado et al, 2008).
Alguns estudos demonstram que é por volta dos seis anos de idade que as crianças começam a adquirir as competências sociais que lhes permitem aprender a aceitar os pares, principalmente, nos casos em que se trata das crianças mais populares entre os grupos (Emídio, Santos, Maia, Monteiro, & Veríssimo, 2008).
Conclusão
A aceitação entre pares, começa a ser desenvolvida no período escolar, altura em que é altamente influenciada pela motivação e pelo rendimento das crianças, bem como pela idade. Assim, podemos observar que crianças em início de idade escolar têm maior capacidade de aceitação dos pares do que crianças mais novas, no entanto, também é possível perceber que crianças com menor rendimento escolar também são aquelas que mais dificuldades encontram nestas interações.
References:
- Emídio, Rita, Santos, António J., Maia, Joana, Monteiro, Lígia, & Veríssimo, Manuela. (2008). Auto-conceito e aceitação pelos pares no final do período pré-escolar. Análise Psicológica, 26(3), 491-499. Recuperado em 21 de maro de 2019, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312008000300010&lng=pt&tlng=pt.
- Machado, Paula, Veríssimo, Manuela, Torres, Nuno, Peceguina, Inês, Santos, António J., & Rolão, Teresa. (2008). Relações entre o conhecimento das emoções, as competências académicas, as competências sociais e a aceitação entre pares. Análise Psicológica, 26(3), 463-478. Recuperado em 21 de maro de 2019, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312008000300008&lng=pt&tlng=pt.