O que é o sensacionalismo?
O termo sensacionalismo refere-se a um comportamento editorial de alguns média. No jornalismo, tem-se como valor ser sempre o mais objetivo possível e estar em busca da verdade.
O sensacionalismo é um viés que ignora estes pilares, concentrando-se, muitas vezes, em temas socialmente irrelevantes ou frívolos. Usa-se o sensacionalismo com o objetivo de aumentar os números de audiência ou de leitores. Muitas vezes, reportagens, média e sítios na web sensacionalistas são tendenciosos e pouco confiáveis.
Práticas sensacionalistas
As práticas sensacionalistas podem distanciar-se bastante das jornalísticas. É comum, em média sensacionalistas, ver afirmações obtusas e que apelem às emoções. Isso acontece porque a ideia do sensacionalismo é justamente obter a maior atenção possível.
Até mesmo em nível gráfico, o jornalismo sensacionalista é divergente. Usam-se mais chamas grandes, com fotos comprometedoras e mais cores, como o vermelho e o amarelo.
O conteúdo é muitas vezes insignificante e irrelevante em relação aos eventos cotidianos nacionais e internacionais. Há muita confusão sobre o surgimento do sensacionalismo na imprensa. Alguns historiadores afirmam que era praticado já na Roma Antiga, quando o jornalismo era apenas dedicado as atas semanais, com avisos e ofícios sobre os fóruns públicos.
Outros acreditam que o sensacionalismo começou no final do século XVI, na literatura, nos romances e nos folhetins. Nesta altura, o objetivo do sensacionalismo era transmitir lições de morais em fábulas e contos.
Jornalismo sensacionalista
De acordo com Stevens (2007), o sensacionalismo trouxe a notícia de um novo público, quando se tornou visando à classe mais baixa, que tinha uma necessidade menor de compreender com precisão a política e a economia. Em sua tese, Angrimani (1995) explica que o sensacionalismo se divide em três partes: o sensacionalismo na comunicação, a violência e a repressão no campo inconsciente e as notícias populares.
Na primeira parte, Angrimani (1995) mostra que o sensacionalismo é um resultado do senso comum. O autor caracteriza sensacionalismo como a extração e exaltação da carga emotiva dos fatos e notícias divulgadas.
Conforme Angrimani (1995) e Stevens (2007), os meios sensacionalistas são alimentados pela utilização de fait divers. São assuntos como sexo, violência e morte, que são apresentados de forma extraordinária e espetacular. As pessoas se identificam, veem suas fantasias projetadas, se libertam dos desejos contidos ou se indignam com a situação, sentem-se participantes da história.
E para isso é usada a linguagem mais coloquial e informal. Para Angrimani (1995) é assim que manipulam as sensações que os leitores têm ao ver tragédias, desastres, assassinatos, entre outros acontecimentos bizarros.
References:
Angrimani. Danilo. (1995). Espreme que sai sangue: Um estudo do sensacionalismo na imprensa. São Paulo, Summus.
Stephens, Mitchell. (2007). A History of News. New York, Oxford University Press.
