Prematuridade

A prematuridade diz respeito ao nascimento do bebé antes do tempo esperado para o seu nível de desenvolvimento saudável.

Conceito de Prematuridade

A prematuridade diz respeito ao nascimento do bebé antes do tempo esperado para o seu nível de desenvolvimento saudável. Apesar de ainda não haver razões suficientemente claras para explicar a mesma, parece haver alguns fatores associados cujo risco se mostra significativamente maior.

Estudos levados a cabo por Ramos e Cuman (2009) demonstram a presença de fatores de risco relacionados com a prematuridade que pode surgir em qualquer classe social, contexto e ambiente e por variadas razões, as quais trazem consequências negativas principalmente de origem financeira, uma vez que nem sempre os recursos técnicos são os mais adequados.

Segundo Campos (2000) vários estudos indicam uma forte relação entre a gravidez não desejada e o parto prematuro, proveniente de falta de cuidados por parte da mãe em relação à gravidez desde desinteresse, desistência, desinvestimento, que podem provocar bloqueios no que concerne ao desenvolvimento do bebé.

Fatores psicológicos estão também fortemente relacionados com o risco de prematuridade, como a ansiedade materna, que, se não for devidamente controlada, pode precipitar o trabalho de parto (Rizzardo et al., 1985, cit in Campos, 2000).

Nestes casos, o autor afirma a necessidade de intervir com estas mães, ao nível psicoterapêutico, uma vez que as consequências que se traduzem na prematuridade do bebé, podem estar significativamente ligadas a características da personalidade das puérperas (Campos, 2000).

No entanto, a questão da prematuridade foge ao controlo da família, o que nos leva a observar dificuldades em compreender os tipos de fatores que a influenciam (Ramos, & Cuman, 2009).

Por outro lado é de referir que, desde a década de 90, tornou-se possível acompanhar estatisticamente a natalidade e observar o número de nascimentos, as condições, quando aconteceram e onde (Ramos, & Cuman, 2009).

No que concerne às condições de nascimento, espera-se que tanto a mãe como o bebé tenham a possibilidade de obter o máximo possível de segurança, contudo, nem sempre o mesmo é possível porque complicações provenientes da gravidez podem surgir e dificultar o momento, provocando mesmo o risco de vida para ambos (Ramos, & Cuman, 2009).

Deste modo a prematuridade, uma das maiores responsáveis pela mortalidade infantil, pode acontecer por problemas no aparelho genital feminino, alterações na placenta, tais como o descolamento prematuro e excesso de líquido amoniótico, idade prematura da mãe, infeções maternas (Ramos, & Cuman, 2009).

Campos (2000) indica ainda fatores de risco tais como fumar, gravidez múltipla, doença física da mãe, anomalias na criança, baixo nível sócio económico (NSE), entre outras variáveis que podem ser fortes influências em relação ao maior risco de prematuridade neonatal. Convém referir, em relação à variável NSE que a mesma não se mostra clara, no que diz respeito à influência exercida quanto à prematuridade, no entanto, deduz-se que a mesma pode ser compreendida tendo em conta a possível má alimentação, o stresse, a baixa estatura e o baixo nível sócio cultural (NSC) (Campos, 2000).

Estes estudos permitem-nos concluir que todas as variáveis mencionadas, relativamente ao NSE e ao NSC não são suficientemente claras para associar cada uma delas ao risco de prematuridade, mas que esta relação será apontada do ponto de vista multifatorial (Campos, 2000).

Quanto aos consumos nocivos, é possível intervir no sentido de evitar o consumo de tabaco e de álcool, o descanso da puérpera e o planeamento familiar adequado, no sentido de evitar uma gravidez não desejada, entre outras estratégias que podem ser implementadas com o objetivo de diminuir o risco de uma gravidez prematura (Campos, 2000).

Apesar de todos estes fatores de risco parecerem significativamente evidentes, Ramos e Cuman (2009) sublinham que as causas exatas e claras associadas à prematuridade, na maioria dos casos, permanece desconhecida.

“O parto pré-termo é defindo como aquele cuja gestação termina entre a 20ª e a 37ª semanas ou entre 140 e 257 dias após o primeiro dia da última menstruação.”

(Ramos, & Cuman, 2009, p.2).

Pelas pesquisas dos autores, a mortalidade e a morbilidade durante o parto, acontecem, maioritariamente entre crianças prematuras, além de a falta de maturidade geral, ser também um forte indicador de risco, uma vez que o corpo ainda não está suficientemente desenvolvido para gerar um neonato, criando alterações em todo o seu desenvolvimento (Ramos, & Cuman, 2009).

Conclusão

A prematuridade pode acontecer em qualquer contexto e classe social, independentemente da idade da puérpera. No entanto verificam-se indicadores que parecem estar relacionados com a mesma tais como gravidez não planeada, NSE e NSC bem como, maior incidência em idades prematuras, embora não necessariamente por essa razão. Outros fortes indicadores da prematuridade neonatal relacionam-se ainda com consumos nocivos e instabilidade psicológica, pelo que é fundamental intervir junto da puérpera o mais precocemente possível.

 

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References:

  • Campos, Rui C. (2000). Processo gravídico, parto e prematuridade: uma discussão teórica do ponto de vista do psicólogo. Análise Psicológica (2000), 1 (xviii): 15-35. scielo.mec.pt/pdf/aps/v18n1/v18n1a02.pdf;
  • Ramos, Helena Ângela de Camargo, & Cuman, Roberto Kenji Nakamura. (2009). FATORES DE RISCO PARA PREMATURIDADE: PESQUISA DOCUMENTAL. Anna Nery Rev Enferm 2009 abr-jun; 13 (2): 297-304. www.scielo.br/pdf/ean/v13n2/v13n2a09.
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