Prazer

Conceito de Prazer

De acordo com a teoria psicanalítica, o prazer faz parte dos processos mentais que são regulados de forma a procurar satisfação ao indivíduo.

De acordo com os estudos de Pedron (2008) para compreendermos em que consiste o prazer, temos de remeter para a teoria psicanalítica freudiana que assume o mesmo como uma emoção procurada por todos os seres humanos.

Pedron (2008) explica que, à luz da teoria freudiana, o prazer é responsável pelos processos mentais, no que diz respeito à regulação da excitação do indivíduo.

Guiado pelos instintos do ego, o princípio do prazer é substituído pelo princípio da realidade, o qual, além de prazer, pretende obter satisfação e ainda procurar expulsar o desprazer através dos conflitos que são desencadeados pelo aparelho mental (Pedron, 2008). De acordo com a teoria freudiana, compreendemos que o princípio do prazer e do desprazer, além de conscientes, e fazem parte dos mecanismos de defesa assumidos pela mente (Pedron, 2008).

Contudo, Freud (1920) já fazia a ressalva de que a substituição do princípio do prazer pelo princípio da realidade, é responsável apenas por uma pequena parte das experiências desagradáveis, normalmente, as mais intensas.

No que concerne à teoria do prazer, Freud explicava ainda que estava associada às realizações de desejo e ao mesmo tempo, permitia perceber neuroses traumáticas nos seus pacientes, através da análise dos sonhos (Pedron, 2008).

O que importa perceber é que os processos mentais humanos são baseados no princípio do prazer e na busca incessante pela minimização máxima de tensão e produção máxima de prazer e que, normalmente, o processo que se dá com a presença e ausência de prazer, é que além de serem sentimentos inevitáveis, o desprazer aumenta a excitação e o prazer diminui (Pedron, 2008).

Tal como Fechner, Freud também defendia que “Até onde os impulsos conscientes sempre possuem certa relação com o prazer e o desprazer, estes também podem ser encarados como possuindo uma relação psicofísica com condições de estabilidade e instabilidade” (Freud, s.d., cit in Pedron, 2008).

O aparelho mental atua no sentido de manter a excitação num certo nível, o mais baixa possível, ou, em caso de ela aumentar, procura tentar controla-la, uma vez que, descontrolada, provoca uma sensação desagradável (Pedron, 2008).

Observamos a resposta de desprazer sempre que a mente entra em conflito, e, à medida que o ego se desenvolve, a energia do aparelho mental advém de instintos inatos, nem todos ao mesmo nível de evolução, o que leva a que nem sempre os instintos individuais sejam compatíveis no que diz respeito aos seus objetivos (Freud, 1920; Pedron, 2008).

Quando isso acontece, primeiro dá-se a repressão, que está no limiar inferior do desenvolvimento psíquico e que impede a resposta de satisfação (Freud, 1920; Pedron, 2008).

À luz dessa teoria, Freud explica que todo o desprazer neurótico é interpretado emocionalmente como desprazer (Pedron, 2008).

O princípio do prazer no aparelho mental

Freud dividiu o aparelho mental entre id, ego e superego, no que diz respeito aos impulsos que formam o prazer e, ao mesmo tempo, evitam a dor (Pedron, 2008).

O id tem como principal função obedecer ao princípio do prazer, de forma instintiva na procura incessante de evitar dor; o ego pretende manter o equilíbrio entre o id, área instintiva, e o mundo socialmente aceite, com a ajuda do princípio da realidade, como por exemplo, quando suportamos uma situação geradora de dor para depois obtermos prazer, em vez de obter o prazer imediato que, a longo prazo, provocará o inverso (Pedron, 2008).

No entanto, ambos pretendem o mesmo, proporcionar satisfação e evitar dor (Pedron, 2008).

O ego realiza o seu trabalho através das memórias relacionadas com experiências anteriores vividas, que permitem a aprendizagem acerca da resposta prazerosa ou não, em relação a elas; por fim, o superego, parte exclusivamente consciente, permite que o indivíduo compreenda a diferença entre certo e errado, quando vai tomar uma decisão (Pedron, 2008). Este último situa-se na parte mais superficial do córtex cerebral e permite-nos estabelecer o equilíbrio entre os estímulos externos e externos que provocam prazer e desprazer (Pedron, 2008).

Conclusão

À luz da psicanálise verificamos que o prazer atua no sentido de provocar satisfação ao indivíduo, através de sentimentos emocionais entendidos pela mente como positivos. No entanto, devido à necessidade de estabelecer equilíbrio entre a mente e o mundo externo, o mesmo é filtrado por partes do aparelho psíquico, tais como o ego e o superego, que são responsáveis pelo mesmo, em relação às funções do id, onde se encontra o instinto gerador de satisfação prazerosa.

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References:

  • Freud, S. (1925-1926). Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros trabalhos. VOLUME XVIII. Acedido em junho 26 de 2016 em https://www.wook.pt/livro/…alem…prazer-psicologia…/5424250;
  • Pedron, S. Sentimento de Prazer e Desprazer. [em linha] RedePsi, wwww.redepsi.com.br. 19 de outubro de 2008 in Resenha de livros, artigos, entrevistas, vídeos. Acedido a 26 de junho de 2016 em http://www.redepsi.com.br/2008/10/19/sentimento-de-prazer-e-desprazer/.
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