Conquista Árabe da Península Ibérica

A Conquista Árabe da Península Ibérica deu-se no contexto de expansão islâmica após a morte do Profeta Maomé.

A Conquista Árabe da Península Ibérica teve início em 711. De forma a compreender a invasão muçulmana, é necessário compreender o contexto da Península e da civilização islâmica.

Com o declínio e fim do Império Romano do Ocidente, vários povos bárbaros fixaram-se na península, como os Suevos, os Vândalos, os Alanos e os Visigodos. Vândalos e Alanos acabariam por migar para o Norte de África no século V, onde formaram o Reino Vândalo, na península, gradualmente os Visigodos foram conquistando territórios, até a anexação do Reino Suevo. Os Visigodos professavam o cristianismo.

Após a morte do Profeta Maomé em 632, os árabes continuaram a expansão religiosa e territorial do Islão na imagem do Califado Ortodoxo. Em 661 é fundado o Califado Omíada sediado na cidade Síria de Damasco. É durante a governação deste califado que se dá a Conquista Árabe da Península Ibérica.

A disputa pelo trono Visigótico entre Rodrigo e Ágila levou a que os apoiantes de Ágila solicitassem o apoio árabe na resolução deste conflito. Musa ibn Nusair, governador da província Omíada do Norte de África, concordou com o auxílio militar a Ágila, e designou o general Tariq ibn Ziyad como responsável pela invasão.

Os muçulmanos justificaram a invasão da península com a necessidade de proteger a comunidade judaica, que vinha sendo perseguida pelos Visigodos. Segundo a doutrina islâmica, os muçulmanos têm o dever e responsabilidade de defender em caso de perseguição os crentes das religiões do livro, cristãos e judeus. As motivações para a Conquista Árabe da Península Ibérica, provavelmente não tinham uma justificação tão altruísta, e baseavam-se em motivos mais pragmáticos como a expansão territorial.

A 31 de Julho de 711, as forças visigóticas de Rodrigo são derrotadas pelos árabes na Batalha de Guadalete, dando inicio ao processo de expansão árabe na Península. A Capital visigótica Toledo cai no ano seguinte com a contínua deslocação islâmica para norte.

Os cristãos refugiaram-se na região das Astúrias no norte da península, aí sobre a governação de Pelágio formam o primeiro reino cristão após a Conquista Árabe da Península Ibérica. A Batalha de Covadonga em 722 marcou o início do lento processo de reconquista cristã que terminaria mais de sete séculos depois.

A ocupação árabe e reconquista cristã passaram por diversas fases, com avanços, recuos territoriais e com alterações no quadro politico. Em 756 é formado o emirado Omíada de Córdoba por Abderramão I, após a deposição do Califado Omíada em 750 pelos Abássidas. No século X, Abderramão II, proclamou o Califado de Córdoba que terminaria em 1031 dando origem a um conjunto de pequenos reinos muçulmanos – Taifas, cuja fragmentação favoreceu a Reconquista Cristã, e a invasão de outras tribos muçulmanas como os Almorávidas.

A Reconquista Cristã passou por diversas fases e Reinos, como o de Aragão, Navarra, Portugal, o anteriormente referido, Astúrias, Leão e Castela.

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References:

ÁLVAREZ PALENZUELA, Vicente (Coord.); Historia de España de la Edad Media, Ariel, 2002

DIAZ , Manuel C. e outros; Historia de España Menéndez Pidal, tomo III, España Visigoda, vol.I, Espasa-Calpe, 1991

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