O termo Riboflavina designa uma vitamina do complexo B (vitamina B2) que é solúvel em água e contribui para o metabolismo das gorduras, dos açúcares e das proteínas.
A riboflavina tinha sido descoberta por Blyth em 1872 como um pigmento fluorescente de cor amarela (flavina significa amarelo em latim) no leite, mas só foi estabelecida a sua propriedade como vitamina no início de 1930. A riboflavina é essencial para o metabolismo de nutrientes e também para a proteção antioxidante. As plantas e alguns microrganismos conseguem sintetizar a riboflavina. No entanto, é um nutriente essencial para a saúde humana e deve ser fornecida pela dieta.
Riboflavina é biossintetizada pelas plantas e por muitas bactérias. A biossíntese de uma molécula de riboflavina requer como substrato uma molécula de guanosina trifosfato (GTP) e duas moléculas de ribulose-5-fosfato.
Funções no organismo
A riboflavina faz parte de duas coenzimas:
a) O mononucleótido de flavina (FMN);
b) O dinucleótido de flavina e adenina (FAD).
Estas duas coenzimas participam em numerosas vias metabólicas, incluindo o ciclo de Krebs e a β-oxidação que degrada os ácidos gordos, sendo essenciais no metabolismo energético das células.
O FMN e o FAD atuam como aceitadores de eletrões e hidrogénios. No ciclo de Krebs, o FAD aceita hidrogénios e eletrões, formando-se o FADH2, a sua forma reduzida. Posteriormente, esta coenzima doa os seus eletrões altamente energéticos à cadeia transportadora de eletrões mitocondrial para produzir ATP.
A outra coenzima FMN também aceita eletrões e hidrogénios formando o FMNH2, a forma reduzida. O FMN participa na cadeia transportadora de eletrões para mover os eletrões.
Um papel suplementar através do qual a riboflavina pode ter um efeito benéfico sobre a saúde humana é que atua como um antioxidante. Como antioxidante ajuda na prevenção da peroxidação dos lípidos e na atenuação da lesão de reperfusão oxidativa. A sua ação antioxidante também está associada com a enzima peroxidase de glutationa.
Dose diária recomendada e fontes alimentares
A dose diária recomendada de riboflavina é de 0,3 a 0,4 mg para lactentes; 0,5 a 0,9 mg para crianças; 1,3 mg para adolescentes e homens adultos; 1,1 mg para mulheres adultas; 1,4 mg para mulheres em gestação e 1,6 mg riboflavina para mulheres em lactação.
As diferenças na dose diária recomendada reflete as necessidades energéticas que variam consoante o sexo, a idade e aumentam nos estados de gravidez e lactação.
A riboflavina encontra-se no leite e derivados, carne, peixe, fígado, gema de ovo, levedura, cereais e vegetais verdes. É uma vitamina frequentemente adicionada em cereais de pequeno-almoço enriquecidos.
A riboflavina é mais estável que a tiamina (vitamina B1) e é resistente à temperatura, acidez e oxidação. No entanto, a exposição à luz degrada facilmente a riboflavina; por isso, o tipo de embalagem afeta o conteúdo desta vitamina nos alimentos, nomeadamente no leite. Produtos ricos em riboflavina devem ser armazenados em embalagens opacas.
Carência
A carência de riboflavina é rara mas mais prevalente em países subdesenvolvidos com uma baixa ingestão de produtos lácteos e carne.
Pessoas com problemas de alcoolismo também tendem geralmente a ter uma dieta pobre, ficando em risco de carência desta vitamina.
Casos graves de carência levam a fissuras no canto da boca, dermatite seborreica, problemas nos lábios e língua.
References:
- Ashoori, M., Saedisomeolia, A. (2014). Riboflavin (vitamin B2) and oxidative stress: a review. British Journal of Nutrition, 111: 1985–1991.
- Bacher, S., Eberhardt, M., Fischer, K., Kis, Richter, G. (2000). Biosynthesis of Vitamin B2 (Riboflavin). Annu. Rev. Nutr., 20: 153–167.