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O Castelo de Soure localiza-se na freguesia, vila e concelho de Soure, no distrito de Coimbra. Este monumento ergue-se no vale do baixo rio Mondego, numa colina mais baixa, formada por aluviões, na zona da confluência do rio Anços e rio Arunca. A vila desenvolveu-se ao abrigo dos seus muros.
Apesar de estar atualmente em ruínas, integrou a linha avançada de redutos defensivos de Coimbra, juntamente com os castelos de Santa Olaia, Miranda do Corvo (já desaparecidos), Montemor-o-Velho, Penela e Lousã.
História do castelo de Soure
Até à época medieval o rio Arunca era navegável e por aqui escoavam-se os produtos da região, nomeadamente trigo, centeio, cevada, azeite, vinho, linho, cânhamo, mel e cera. Além disso, esta era uma região abundante de caça e pesca e, por isso, a ocupação humana da região é bastante antiga.
Durante a invasão romana, um pequeno destacamento instalou-se na região para guarnecer a estrada que seguia para Coimbra. Dessa ocupação existem vestígios, como pedras, que posteriormente foram aproveitadas para a construção do castelo.
Não existe informação documental sobre a primitiva fortificação de Soure, erguida na época das lutas da Reconquista Cristã. Alguns autores atribuem-na aos Muçulmanos, por volta do século IX, mas outros colocam-na em algum momento do século X, entre 1064 e 1111. O consenso existe apenas na ideia de que o castelo foi erguido à pressa, conforme testemunha o aparelho dos muros, aproveitando-se dos restos de construções de épocas anteriores.
A 19 de março de 1128 a condessa D. Teresa concedeu à Ordem dos Templários o Castelo de Soure e todas as terras entre Coimbra e Leiria. Aqui tornou-se a sede da Ordem em Portugal. A ação de expansão dos Templários foi interrompida por uma nova ofensiva muçulmana em 1144. Com a extinção da Ordem os domínios de Soure e o castelo passam para a Ordem de Cristo em 1319. O castelo ficou na posse da Ordem de Cristo até ao século XIX, quando duas torres foram vendidas por João Ramos Faria a João Lobo Santiago Gouveia, conde de Verride.
O castelo foi classificado como Monumento Nacional a 5 de abril de 1949.
Características do castelo
O Castelo de Soure é um monumento de planície e um raro exemplar da arquitetura militar proto-românica do país, com vestígios de obras nos períodos gótico e manuelino. Com pequenas dimensões, o castelo apresenta planta retangular, em aparelho de alvenaria de pedra rude, tendo sido predominantemente usado como residência.
Inicialmente contava com quatro torres, uma das quais recolhida e as outras salientes. Apenas subsistem a torre a nordeste (a recolhida) e a que se localiza a sudoeste (dinamitada parcialmente em 1880). A primeira seria a mais forte (provavelmente com uma função de Torre de Menagem.
Com o passar dos séculos o castelo perdeu o seu caráter defensivo e transformou-se num monumento que se confunde e envolve com o casario. Junto ao castelo localizam-se as ruínas da Igreja da Nossa Senhora da Finisterra, que seria constituída por uma única nave com quatro colunas que sustentavam o telhado.