O divórcio diz respeito ao fim de uma união entre duas pessoas que projetaram e construíram uma vida a dois com objetivos em comum.
Segundo a informação disponibilizada à Oficina de Psicologia por Mota (2014) o divórcio, ou separação, resulta de um vasto número de crises com situações de acomodação entre os conjugues, mediante as realidades em que se inserem e que vão entrando em constantes modificações.
A autora refere também o evidente sofrimento e stress a que os atores intervenientes estão sujeitos na maioria dos casos em que o mesmo ocorre (Mota, 2014).
Para Guerra (2005) por causa de tudo aquilo que faz parte de um processo de divórcio, e pelo motivo de o indivíduo ser um todo, é evidente que lhe será muito difícil ser diferente em diferentes contextos, tais como, em casa e no nosso ambiente de trabalho.
Alguns autores, de acordo com Mota, indicam—nos ainda que o divórcio aglomera diferentes e significativos fatores sendo eles o emocional, o económico, o parental, o comunitário e o psicológico (Mota, 2014).
No que concerne ao emocional diz respeito à diminuição de investimento entre os conjugues entre si; quanto ao legal diz respeito à questão jurídica; dentro da qual entram situações de partilhas de bens, pensão de alimentos, etc; quanto ao parental trata-se da distinção entre a separação dos pais e não à separação dos filhos, cuja relação deverá ser mantida da mesma forma, com o menor número de prejuízo para com estes; o comunitário fala sobre os relacionamentos interpessoais subjacentes ao casamento, isto é, família e amigos; e finalmente o psicológico diz respeito ao refazer da própria vida, ao reorganizar-se para seguir em frente sem aquela pessoa (Mota, 2014).
Existem autores que interpretam o divórcio também como um processo de luto relativamente a um projeto de via que viria a ser construído a dois, uma vez que coloca em causa as diversas questões anteriormente mencionadas mas também um processo muito doloroso relacionado até mesmo com os próprios valores dos intervenientes, influenciado pelas mesmas questões (Guerra, 2005)
“Sim o processo de separação é dolorido, triste e amargo. Quem fica feliz com projetos de vida que não dão certo?” (Guerra, 2005, p. 1).
Conclusão
Podemos constatar o divórcio como um processo, na maioria das vezes, bastante sofrido e doloroso para ambas as partes, uma vez que encontramos vários fatores em jogo, fruto de uma construção de vida a dois, sendo eles psicológicos, emocionais, legais, parentais, etc. Normalmente, uma das questões mais difíceis de gerir quando nos encontramos perante este processo, é todo o reorganizar de uma vida que, em muitos casos, já vinha sendo projetada e construída de forma mais ou menos solidificada.
- Guerra, Lígia – “Divórcio x desiquilíbrio profissional”. Psicologia.pt – O Portal dos Psicólogos. [Em linha]. 2005. [Consult. a 23/2/2019]. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?divorcio-x-desequilibrio-profissional&codigo=AOP0049
- Mota, I. (2014). O divórcio e o seus múltiplos impactos. Oficina de Psicologia. [em linha]. Disponível em https://www.oficinadepsicologia.com/o-divorcio-e-os-seus-multiplos-impactos/