O stress parental diz respeito à forma como os pais percepcionam situações que consideram ameaçadoras ou como não tendo recursos para lidar. Daí poderão surgir consequências para o desenvolvimento infantil.
Pesquisas recentes realizadas por Brito e Faro (2016) e Brito e Faro (2017) indicam que o stress parental é sentido pela grande maioria dos pais e das mães pelo facto de a parentalidade ter tanto de gratificante como de desgastante.
Nesse sentido, é importante compreender, dentro das diferentes variáveis que compõem o stress parental, sociais, ambientais, etc, de que modo é que as mesmas influenciam a forma como o mesmo é vivido pelos pais (Brito, & Faro, 2017).
Se os pais interpretarem o elemento stressor como uma ameaça ou se achar que não tem os recursos necessários para lidar com a situação, o mesmo vai mexer diretamente com o seu organismo, porque é percepcionado como uma sobrecarga para o indivíduo (Brito, & Faro, 2017).
“O estresse parental surge no contexto da parentalidade e pode ser definido como um desequilíbrio desadaptativo que ocorre quando o pai/mãe avalia que os recursos que possui são insuficientes para lidar com as exigências e demandas de seu compromisso com o papel parental (Parl & Walton-Moss, 2012; Skreden et al., 2012, cit in Brito, & Faro, 2016)”
Uma das grandes consequências mais negativas e apontadas nos estudos é o facto de este stress parental acarretar custos no que diz respeito ao desenvolvimento infantil, bem como bem-estar da criança e de toda a família (Brito, & Faro, 2016).
Conclusão
Parece obvio que o stress parental tem a ver, não só com os fatores que o provocam como também com a forma como os pais interpretam os mesmos. O maior problema associado é a forma como reagem aos fatores que consideram stressantes, uma vez que, quando entendem que não tem recursos para lidar com os mesmos, isso pode comprometer o desenvolvimento dos seus filhos. Por esse motivo, é importante compreender muito bem as causas para poder intervir na forma como as mesmas são entendidas e compreendidas.
References:
- Brito, Ariane de, & Faro, André. (2016). Estresse parental: Revisão sistemática de estudos empíricos. Psicologia em Pesquisa, 10(1), 64-75. https://dx.doi.org/10.24879/201600100010048
- Brito, A, & Faro. A. (2017). Associações entre estresse parental e práticas socioeducativas parentais entre pais/mães de filhos com e sem diabetes mellitus tipo 1. Estresse Parental e Práticas Parentais. Volume 60 nº 1. 2017.