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Apresentação da Sé Catedral de Faro
A Sé Catedral de Faro (ou apenas Sé de Faro), também conhecida por Igreja da Sé ou ainda Igreja de Santa Maria, é um dos edifícios históricos mais icónicos da cidade de Faro. Está localizada no Largo da Sé, em pleno centro histórico da cidade, e está classificada como Imóvel de Interesse Público, sendo atualmente a sede do episcopado e da Diocese do Algarve.
O interior da Sé de Faro contém atualmente um dos mais valiosos conjuntos artísticos dos séculos XVII e XVIII no Algarve, destacando-se o retábulo e o cadeiral da capela-mor, a Capela do Santo Lenho, revestida de talha dourada, onde se pode admirar um importante conjunto de relicários e o túmulo do bispo fundador, assim como os azulejos do século XVII, nomeadamente os painéis figurativos da Capela de Nossa Senhora do Rosário. De destacar também o revestimento de painéis de tapete na capela-mor e nas paredes laterais do templo, e ainda a Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, um excelente exemplo da arte barroca, com elementos em talha dourada, embutidos, azulejos e pinturas.
História da Sé de Faro
O edifício da Sé de Faro começou a ser construído em 1251, apenas dois anos após a reconquista da cidade e da região aos mouros. No ano de 1271 o templo foi entregue à Ordem de São Tiago como forma de agradecimento e recompensa pelos serviços que foram prestados durante a tomada da povoação aos mouros. A construção original era um edifício de dimensões muito reduzidas, tendo sido ampliadas em 1321, durante o reinado de D. Dinis. Durante o século XV foi reformulado de novo, datando deste período os elementos medievais da igreja que ainda hoje subsistem, nomeadamente a torre da fachada, o portal principal e as capelas do transepto.
Em 1577 a Igreja de Santa Maria foi tornada como sede episcopal da Diocese do Algarve e substituiu assim a da cidade de Silves. Poucos anos depois, Faro é alvo do saque e incêndio pelas tropas inglesas comandadas por Robert Devereux, o segundo conde de Essex, causando graves danos a numerosos edifícios, entre os quais quais a Sé. Mantiveram-se de pé após os ataques apenas as capelas da cabeceira da Sé, a torre da fachada e as paredes da nave enquanto os altares e os tetos de madeira ficaram completamente destruídos. A reconstrução do edifício foi feita com a ajuda do rei D. Filipe I, tendo as arcadas góticas da nave da igreja sido substituídas por colunas toscanas em estilo chão. A capela-mor foi reconstruída no ano de 1640 pelo bispo D. Francisco Barreto I, e seu retábulo foi construído em estilo maneirista e decorado com pinturas entre os anos de 1642 e de 1643. Nas décadas seguintes a Sé continuou a ser alvo de modificações, destacando-se os trabalhos em talha dourada, os painéis de azulejos e a colocação do órgão construído em Lisboa por volta do ano de 1715. Depois dos terramotos de 1722 e de 1755 a Sé de Faro foi novamente intervencionada e desde essa época sofreu poucas alterações relevantes.