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A Casa de Camilo é a designação habitualmente dada à residência do escritor português Camilo Castelo Branco, na Quinta de S. Miguel de Seide. A casa-museu localiza-se na freguesia de São Miguel de Seide, no concelho de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga. Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1978.
História da Casa de Camilo
A casa foi mandada construir por Pinheiro Alves, primeiro marido de Ana Plácido, por volta de 1830, quando este regressou do Brasil com uma avultada quantia de dinheiro. O empresário casou com Ana Plácido no Porto, onde mantinha os seus negócios, em 1850. Depois de oito anos de vida em conjunto nasceu o primeiro filho do casal, Manuel Plácido. No entanto, ainda antes do nascimento, já existiam rumores das ligações amorosas entre Ana e Camilo Castelo Branco. Pinheiro Alves desencadeou então um processo por crime de adultério, crime pelo qual Ana e Camilo foram presos, julgados e posteriormente absolvidos.
Pinheiro Alves morreu a 17 de junho de 1863 e no Inverno desse ano Camilo Castelo Branco mudou-se com Ana Plácido para a quinta, uma vez que esta foi herdada pelo filho de Ana Plácido, Manuel Plácido. Foi nesta casa que a 15 de setembro de 1864 nasceu o último filho do casal, Nuno Plácido de Castelo Branco.
A 15 de julho de 1866 Castilho, na companhia de Tomás Ribeiro e de Eugénio de Castilho, visitou a freguesia e, como recordação dessa visita, Ana Plácido mandou erigir um obelisco na cerca da casa.
Ana Plácido e Camilo Castelo Branco viveram nesta casa durante 26 anos, desde 1863 até 1 de junho de 1890, quando o escritor português cometeu suicídio. Nesta casa Camilo escreveu grande parte das suas obras.
A casa primitiva foi destruída por um incêndio a 17 de março de 1915. Foi reconstruída e transformada num museu em 1922. No final dos anos 40 foi alvo de uma campanha de intervenção e restauro, ficando desde então muito semelhante à original.
A coleção da Casa de Camilo conta com mobiliário que pertenceu à família, utensílios de uso pessoal e ainda mais de 5000 volumes de bibliografia do escritor (originais, prefácios e traduções) e sobre o escritor, além de cerca de 1900 cartas, recortes de imprensa e peças de iconografia diversa.
Em 2005, na comemoração dos 115 anos do falecimento de Camilo Castelo Branco foi inaugurado, num terreno fronteiro à Casa de Camilo, o Centro de Estudos Camilianos, da autoria de Álvaro Siza Vieira. Neste espaço está incluído um auditório, salas de leitura e de exposições, gabinetes de trabalho e uma cafetaria.