Tyr na mitologia nórdica é o deus da guerra, das leis e da justiça. Durante a Era Viking, Tyr perdeu alguma força, mas durante muito tempo foi um dos deuses mais importantes para os povos nórdicos e germânicos. Tyr foi considerado filho de Odin, mas também do gingante Hymir. As evidências históricas sugerem que este é um dos deuses mais antigos do norte da Europa e já era conhecido antes de Snorri Sturluson o incluir na Prosa de Edda.
Tyr sacrificando a sua mão a Fenrir.
Os romanos comparavam Tyr ao deus da guerra Marte, um dos deuses mais importantes para os romanos. A palavra inglesa “Tuesday” vem do inglês arcaico “Day of Tiw” que por sua vez era baseado no latin Dies Martis, “Dia de Marte”. Esta comparação feita pelos romanos de Tyr com Marte, reforçam o seu papel como um dos deuses mais importantes da mitologia nórdica. Num dos poemas de Edda, a valquíria Sigrdrifa pede ao herói humano Sigurd para invocar Tyr em batalha. Mas apesar de todas estas referências, Tyr não era somente um deus da guerra.
Deus das leis e da justiça
Um dos contos que falam do papel de Tyr enquanto jurista divino é o conto da “A Vinculação de Fenrir”, o único conto que fala de forma mais concreta de Tyr. A história diz que Fenrir quando ainda era apenas uma cria a forma rápida com que se desenvolvia fez os deuses temer pelas suas vidas. Assim planearam prender Fenrir para que não pudesse escapar. Quando Fenrir se apercebeu das correntes, suspeitando da intenção dos deuses, avisou que apenas se poderiam aproximar com as correntes se um dos deuses colocasse o braço dentro da sua boca como prova de boa fé. Tyr foi o único que se atreveu a fazê-lo. Quando o lobo se apercebeu que as correntes eram para o prender e que não se podia soltar, arrancou o braço de Tyr. O sacrifício de Tyr demonstra que as acções dos deuses devem ser justas e como tal para tudo deve existir um preço a pagar.
Para os antigos povos germânicos, a guerra e as leis estavam profundamente relacionadas. A guerra era não apenas um combate de força, mas uma decisão entre dois adversários que tinham objectivos concretos e seguiam regras precisas. Dessa forma as batalhas eram inclusive agendadas, tanto o dia como o local de batalha. Algumas batalhas podiam nem sequer ser realizadas, sendo substituídas por um duelo de morte entre dois guerreiros de cada facção, visto como legal aos olhos dos deuses, que dariam a vitória a quem julgassem ser o real merecedor.
Apesar de Thor, Odin e Tyr serem vistos como deuses da guerra, ambos tinham ligações particulares à mesma. Thor era a demonstração da força física, Odin era associado à magia e estratégia em combate e Tyr ás decisões legais e princípios da justiça ligados à guerra. Tyr foi um dos deuses que teve muita força durante a Era Viking, mas que foi perdendo destaque ao longo dos anos em comparação com a força de outros deuses que foram tomando maior destaque junto dos povos.