Hermes é uma divindade grega da Antiguidade Clássica, um dos doze deuses olímpicos. Filho de Zeus e de Maia, esse deus foi cultuado antes mesmo da Grécia Antiga, o que faz dele uma das divindades mais velhas a ser adorada pelo povo helênico. Ele possui inúmeras atribuições e simbologias desde o início de seu culto, que foram expandidas ao longo dos séculos.
Inicialmente, Hermes era conhecido como deus da fertilidade, da adivinhação, da magia e era protetor dos rebanhos. Esse conjunto de atribuições o relaciona à primitividade humana. Além disso, ele também era visto no início de seu culto como protetor das estradas e das viagens.
Posteriormente, com o passar dos séculos, Hermes recebeu outros atributos. Ele se tornou o mensageiro dos deuses, além de vir a ser o patrono dos ladrões, dos comerciantes, dos diplomatas, da astronomia e da ginástica. Possuía, ainda, a função de guiar as almas dos mortos até Hades.
Hermes foi assimilado pela cultura e mitologia romanas com o nome de Mercúrio. Houve um sincretismo quando seu mito recebeu influências da mitologia egípcia e ele foi relacionado ao deus Tot. Desse sincretismo surgiu uma nova figura, uma personagem chamada Hermes Trismegisto.
Hermes e seu mito
Diz-se que Hermes foi um dos deuses mais populares e mais poderosos da mitologia grega. Logo ao nascer, exibiu habilidades. Teria inventado o fogo, a lira, sandálias mágicas e os sacrifícios. Furtou, em seu primeiro dia de vida, cinquenta vacas do irmão Apolo. Ao ser perdoado pelo furto, recebeu novos poderes do irmão e de Zeus, que o admitiu no Olimpo.
Poucas das principais narrativas mitológicas da Grécia não contém alguma participação de Hermes. Era considerado um deus de múltiplas habilidades e de inteligência rara, o que lhe permitiu atuar em diversos episódios míticos.
Ele aparece na Ilíada como um mensageiro da boa sorte e como protetor dos mortais. Ele protegeu Príamo, rei de Troia, em sua busca pelo corpo do filho Heitor. Levou-o invisível pelas linhas inimigas ao encontro de Aquiles e ensinou o inimigo a ter misericórdia e sensibilidade. Na Odisseia, auxiliou Odisseu em sua viagem para Ítaca em diversos momentos.
Ele aparece ainda no mito de Pandora. Após Hefesto criar Pandora, Zeus ordenou que cada deus lhe desse um dom. Hermes foi responsável por lhe atribuir um caráter duvidoso, assim como a capacidade de mentir de enganar. Após a menina ficar pronta, ele foi encarregado de leva-la a Epimeteu, que a desposou.
Representação iconográfica
A representação iconográfica de Hermes variou de acordo com a evolução de seu mito. É possível dizer que ele possui diferentes representações para cada fase. Inicialmente era comum ser representado como um viajante, barbado, mais velho ou como um pastor. Em séculos posteriores, surgiu com o corpo nu e de porte atlético, como convinha ao deus da ginástica.
Os símbolos de Hermes, assim como seus atributos, são diversos. Entre eles está um chapéu de abas largas, típico tanto na Grécia quanto em Roma; posteriormente esse adereço recebeu um par de asas. É comum portar um bastão ou vara mágica. A origem do objeto é incerta. Alguns dizem que o ganhou de Apolo após o furto do gado; outros que é um simples cajado de pastor.
Em anos tardios do culto, o bastão de Hermes passou a se chamar caduceu. A representação mais comum do caduceu do deus é o objeto entrelaçado por serpentes com asas no topo. Temos aí outro sincretismo, pois esse objeto já havia aparecido anteriormente junto aos babilônios.
Hermes possui ainda suas sandálias voadoras, supostamente criadas por ele mesmo ainda criança. De acordo com os mitos, era de ouro e imortais, capazes de levar o deus a qualquer lugar do mundo. Em algumas representações, as asas surgem de seus pés. Carrega, ainda, um manto que lhe confere invisibilidade. Sua arma é uma espada dourada.
References:
https://www.britannica.com/topic/Hermes-Greek-mythology