Biografia Filipe I de Portugal:
Filipe I de Portugal era filho de Carlos I de Espanha e Isabel de Portugal. Nasceu a 21 de Maio de 1527, na cidade espanhola de Valladolid. Reinou em Portugal de 17 de Maio de 1581, até a sua morte a 13 de Setembro de 1588. Casou-se por quatro vezes com, Maria Manuela de Portugal, Maria I de Inglaterra, Isabel de Valois e Ana da Áustria. Teve seis filhos Carlos, Príncipe das Astúrias, Isabel Clara Eugénia da Áustria, Catarina Micaela da Áustria, Fernando, Príncipe das Astúrias, Diogo, Príncipe das Astúrias e Filipe (príncipe herdeiro).
Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha, foi o primeiro monarca, a conseguir a formar uma união entre a coroa portuguesa e espanhola. A tentativa de união dos reinos peninsulares, sempre foi uma constante na Ibéria Medieval. Desde a fundação do Reino de Portugal no século XII, que existiu uma clara preocupação em anexar dinasticamente, os reinos de Leão e Castela, e destes por Portugal. No século XV, através do casamento dos Reis Católicos, Aragão e Castela originaram o reino de Espanha.
Portugal apesar de diversos conflitos, em que tanto tentou anexar Castela, e evitou ser anexado, manteve a sua Independência e prosperou com a expansão ultramarina. Mas no século XVI Filipe II de Espanha conseguiu influenciar a Corte portuguesa, garantindo o direito sobre a coroa e promovendo a União entre Portugal e Espanha.
Após a morte do Rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer Quibir, em 1578 sem descendentes, e subida ao trono do Cardeal D. Henrique, já em final de vida e sem hipótese de garantir descendência, Filipe I perfilou-se, como o principal candidato à sucessão. Justificava a sua candidatura ao trono português, por ser neto do Rei D. Manuel I de Portugal.
De forma a garantir a nomeação enquanto soberano de Portugal, Filipe I subornou boa parte da nobreza portuguesa, garantindo a eleição nas Cortes de Tomar em 1581.
Mediante a resistência de parte da nobreza e população portuguesa, em 1580, e após a morte do Cardeal D. Henrique, Filipe I ordena a invasão de Portugal. Rapidamente o comandante do exército, Duque de Alba e da Marinha, Marquês de Santa Cruz, assumem o controlo de Portugal. A 4 de Agosto de 1580, António prior do Crato, outro concorrente ao trono, é derrotado pelas forças espanholas na Batalha de Alcântara.
A política matrimonial, levada a cabo durante vários séculos pelos reinos peninsulares, com vista a união dinástica, assim como a invasão espanhola, e suborno aos nobres portugueses, acabariam por garantir uma vitória espanhola, com a anexação de Portugal, no reinado de Filipe II de Espanha, I de Portugal. Inaugurou a dinastia filipina, que iria manter-se no reino até 1640.
Embora tivesse garantido a coroa de Portugal, atribuiu a administração do reino, inicialmente ao Duque de Alba, e posteriormente a Alberto de Áustria, interferindo pouco nos assuntos portugueses, permitindo uma certa autonomia ao reino, o que em larga medida, possibilitou a aceitação inicial da dinastia filipina. Manteve foros, privilégios e isenções aos seus apoiantes, e confiscou bens aos opositores.
Todos os territórios e colónias portuguesas aceitaram a nomeação de Filipe i como rei, com excepção da Ilha Terceira nos Açores, que manteve, a lealdade a António prior do Crato. Os apoiantes de Crato contavam com o apoio do reino francês, que procurava limitar a influência da Casa de Habsburgo na Europa, e particularmente do seu ramo espanhol. As forças luso-francesas são derrotadas na Batalha Naval de Vila Franca em 1582, obrigando prior do Crato a refugiar-se na Terceira
A 26 e 27 de Julho de 1583, as forças navais espanholas, derrotam a armada luso-francesa, garantindo o desembarque e submissão da Ilha Terceira. Filipe I regressa a Espanha, em Fevereiro de 1593, confiante que seria uma questão de tempo até a submissão total da oposição.
Findo o conflito pelo controlo do Reino, Filipe I controlava um território massivo, que estendia-se por todo o globo, desde a América do Norte e Sul, até à África e extremo Oriente.
References:
MARQUES, A.H. Oliveira ; História de Portugal, Lisboa, Pallas, , 1982