Conquista Árabe da Pérsia

A Conquista Árabe da Pérsia foi um dos momentos fulcrais para a História do Médio Oriente, marcou a consolidação da civilização árabe/muçulmana na região.

Contexto e enquadramento da Conquista Árabe da Pérsia

A Conquista Árabe da Pérsia marcou, a afirmação plena dos muçulmanos enquanto força dominante no Médio Oriente. O Médio Oriente como berço da civilização humana, enquanto a conhecemos, foi durante vários séculos o palco central da acção politica.

A civilização persa rapidamente tornou-se das entidades culturais mais influentes na região. Inicialmente divididos, em diversas tribos, foi com a Confederação Meda que os persas foram unificados pela primeira vez. Esta entidade governativa esteve na génese de Impérios como o Aqueménida, Parta e Sassânida, todos entidades políticas influentes e pré-islâmicas.

As tendências expansionistas persas levaram ao choque dos aqueménidas com gregos; partas e sassânidas com romanos. Após a queda do Império Romano do Ocidente, a parte Oriental do Império passou a dominar-se Império Bizantino. No século VII começou a emergir uma nova força na Península Arábica, os muçulmanos, aglomerados em torno do profeta Maomé. Ainda antes, da islamização da arábia, já tinham existido diversos conflitos entre árabes e persas, mas nenhuma das civilizações tinha tido capacidade para superiorizar-se à outra.

Após a unificação dos árabes em torno dos ensinamentos de Maomé, iniciaram o processo de expansão territorial, cultural e religiosa. Foi já após a morte do Profeta que a Pérsia foi conquistada.

Conquista Árabe da Pérsia

A primeira investida muçulmana em territórios persas foi na região do actual Iraque em 633 d.C., na época incorporada no Império Sassânida. Esta primeira tentativa teve sucesso inicialmente, com a conquista da Mesopotâmia, mas a transferência de grande parte dos efectivos para o Levante, onde os árabes muçulmanos tentavam fixar-se em territórios bizantinos, levou a um contra-ataque persa, e recuperação dos territórios perdidos.

Com a morte do Profeta em 632, o Califado Ortodoxo passou a ter responsabilidade na expansão da fé islâmica. Após a primeira tentativa falhada de conquista de territórios persas, em 636 é iniciada uma nova campanha de conquista do Império Sassânida, volvidos oito anos de combates entre as duas civilizações, a totalidade da Pérsia é conquistada e o Império Sassânida cai.

A rápida expansão islâmica, tanto para territórios persas como bizantinos, deveu-se essencialmente ao facto destas duas potências regionais, estarem em constante conflito entre si, com o início da expansão muçulmana, os dois Impérios não tinham capacidade de resistir ao avanço islâmico, pelo seu evidente desgaste bélico.

Acabariam por ser os árabes, uma terceira força que com a Conquista árabe da Pérsia e do Levante, iria exercer o controlo sobre esta região.

A Conquista Árabe da Pérsia terminou em 644, embora a grande maioria da população persa tenha sido convertida ao islamismo, uma pequena franja da sociedade manteve-se seguidora do zoroastrismo. Embora em termos religiosos os persas tenham capitulado face ao avanço árabe, a resistência à aculturação por parte persa é visível ainda actualmente, tanto em termos culturais como linguísticos. A generalidade dos territórios incorporados na expansão islâmica adoptaram o árabe como língua, a Pérsia manteve o persa. Eventualmente a Pérsia ganhou a independência relativamente aos árabes, mas o Islão instalou-se na região permanentemente.

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