Esta denominação é dada a cinco clássicas do circuito mundial de ciclismo, a saber: Milão-São Remo, Volta a Flandres, Paris-Roubaix, Liége-Bastogne-Liége e Volta a Lombardia. Este reconhecimento das provas é feito porque são as clássicas de maior prestígio, sobretudo pela sua antiguidade e dificuldade, o que fez com que vários ciclistas de topo mundial ao longo do ano, tenham ganho nestas competições de um dia.
Atendendo à especificidade de cada prova, são muito poucos os ciclistas que deixaram o nome como vencedor nessas cinco provas. Foram três ciclistas, todos eles belgas, que conseguiram ganhar em todas estas provas. Rik van Looy, Eddy Merckx e Roger de Vlaeminck foram os atletas que conseguiram deixar essa marca. Germain Derycke, Fred de Bruyne, Louison Bobet, Hennie Kuiper e Sean Kelly ficaram a uma conquista de se juntar ao lote de ciclistas belgas. Nenhum destes ciclistas faz parte da era moderna do ciclismo, altura é que é mais difícil fazer estas proezas tendo em conta, a existência de mais provas e de uma maior preparação da generalidade dos ciclistas. Fabian Cancellara, atualmente milita na equipa Trek-Segafredo, é o ciclista em competição que se encontra mais perto de se juntar a estes ciclistas, já que conquistou a Milão-São Remo, Volta a Flandres e o Paris-Roubaix.
Como já foi dito, cada prova é muito específica relativamente às dificuldades que propõem, embora todas elas coincidam num aspeto, a larga quilometragem. Qualquer destas provas tem mais de 250 quilómetros, sendo que a Milão-São Remo, quase que atinge os 300 quilómetros. Esta prova é vocacionada para os “sprinters” e para os mais resistentes, pois além da distância, tem algumas subidas curtas mas complicadas e descidas técnicas. Corre-se na abertura da Primavera e a primeira edição foi em 1907.
O mês de Abril é o mês das clássicas. No primeiro domingo de Abril corre-se a Volta a Flandres que tem um percurso maioritariamente plano, alternando com subidas de curta duração com inclinações elevadas sob pavé ou paralelo. Estão apinhadas de público, normalmente, são entre as 15 e as 20 subidas em percursos estreitos e que conferem um espectáculo televisivo único. Em 1913 correu-se esta prova belga pela primeira vez.
No domingo seguinte, corre-se o Paris-Roubaix que é um pouco similar à Volta a Flandres. A primeira edição desta prova foi em 1986 e tem um percurso totalmente plano, sendo que a dificuldade está nos troços de pavé que ainda existem no Norte de França. Tal como em Flandres, como pode haver variações no percurso, os troços podem variar consoante a edição, normalmente entre as 20 e as 30 passagens nos percursos de pavé. São catalogados mediante a quilometragem dos troços e do estado do pavé, ou seja, quanto mais gasto ou espaçado estiver, vai tornar a sua passagem mais difícil, logo são caracterizados com mais estrelas. Uma estrela é de menor dificuldade sendo que os troços que têm cinco estrelas são os que têm maior dificuldade.
A Liége-Bastogne-Liége é uma clássica completamente diferente destas pois tem dificuldades montanhosas mais consideráveis. Subidas com uma duração mais considerável, intervaladas com outras de curta duração e sempre percentagens de inclinação elevadas. É uma clássica para os ciclistas completos que sejam fortes na montanha e que se apresentem num bom momento de forma. Chamam-lhe a “decana” por ser a mais antiga, no caso, desde 1892.
Por último, vem a Volta a Lombardia. A “clássica das folhas caídas” é assim denominada porque corre-se no início do Outono, é a que tem o percurso mais duro em termos montanhosos das que foram aqui referidas. Os ciclistas que vencem nesta prova têm de ser muito fortes na montanha mas mais que isso têm de apresentar níveis de resistência elevados para que possam aguentar o percurso e os dias de competição que já tiveram ao longo do ano. 1907 foi o ano da primeira edição da prova que é conhecida atualmente por Il Lombardia.