Biografia de Laurent Fignon
Laurent Fignon foi um dos últimos ciclistas franceses a vencer a Volta a França e a Volta a Itália, controverso pela confissão de uso de doping tendo falecido em 2010 devido a um cancro.
Antes de começar no ciclismo, Laurent Fignon praticava futebol com os seus amigos, ele que nasceu a 12 de Agosto de 1960 nos arredores de Paris. Laurent Fignon venceu na primeira corrida que participou em 1976. Continuou com as vitórias em corridas nas camadas jovens, embora os pais estivessem contra essa ideia porque achavam que o jovem francês deveria continuar nos estudos em vez das corridas de ciclismo. Apesar de ter entrado para a faculdade, saiu pouco depois porque o seu objectivo era prosseguir no ciclismo. Ficou com essa convicção depois de ter prestado serviço militar em Joinville, base militar conhecida pela reputação desportiva que garante a quem por lá passa. Começou como ciclista profissional em 1982, depois de um episódio interessante que aconteceu na Volta a Córsega, em que durante grande parte da prova, seguia na roda de Bernard Hinault, na altura o melhor ciclista francês.
Foi na Renault-Elf que se iniciou e logo na temporada de estreia, é escalado para correr no Giro de Itália, na qual se torna líder ao fim de dois dias depois de ter andado em fuga na segunda etapa e a sua equipa ter ganho o contra-relógio por equipas na primeira etapa. Perdeu a liderança no dia seguinte mas manteve uma boa prestação ao longo de toda a prova, sendo o segundo melhor ciclista jovem da prova. Antes, já tinha ganho a classificação geral do Criterium Internacional e ficou em 2º no Tour de Vaucluse. No ano seguinte, correu a Volta a Espanha, ajudando Bernard Hinault a vencer a prova na classificação geral e embora a direcção não o quisesse levar a duas grandes voltas no mesmo ano, não tiveram opção face à renúncia de Hinault à prova francesa. Sem o seu chefe de fila, Laurent Fignon fez uma prova de roda livre, sem pressões, e a meio da competição era segundo classificado atrás do líder de então, Pascal Simon. Na etapa do Alpe d´Huez, Pascal Simon acaba por desistir da prova e Laurent Fignon torna-se líder da prova, à falta de poucas etapas para finalizar a prova em Paris. Venceu a penúltima etapa, um contra-relógio, e chega a Paris como vencedor da classificação geral final e como melhor jovem da prova. Sim, Fignon vencia a prova apenas com 22 anos de idade. Foi o ciclista mais jovem a vencer a prova em cinquenta anos. Em 1984, Laurent Fignon torna-se a figura principal da equipa da Renault, fruto da saída de Bernard Hinault para a equipa da Vie Claire. Foi ao Giro de Itália de 1984, no qual estava a ter boas exibições e com uma boa performance, já que era líder muito próxima da corrida terminar mas depois houve alguns episódios por parte da organização que fizeram cair a camisola rosa para o corpo de Francesco Moser em vez de Laurent Fignon. Uma das etapas montanhosas da prova, mais favorável a Fignon do que a Moser, foi cancelada devido a más condições atmosféricas e numa outra etapa, um contra-relógio, o helicóptero da transmissão televisiva prejudicou deliberadamente Fignon provocando vento de frente, enquanto a Francesco Moser provocava vento de costas que beneficiava a já boa capacidade do atleta italiano em andar contra o cronómetro. No Tour, com uma maior concorrência, sobretudo a do seu anterior colega de equipa e chefe de fila, Bernard Hinault, conseguiu revalidar o título de campeão da prova. Apesar de ter perdido algum tempo no Prólogo, Fignon ganhou tempo a Hinault nos restantes contra-relógios da prova. Tal como no ano anterior, chegou à liderança na etapa do Alpe d´Huez, depois de ter respondido aos vários ataques de Hinault. Venceu a prova com mais de dez minutos sobre o segundo classificado e com cinco etapas conquistadas.
Entre 1985 e 1988 foram anos aziagos para Laurent Fignon. Em 1985, começa bem a época a triunfar por quatro ocasiões e a fazer pódios nas clássicas das Ardenas mas uma lesão no joelho afasta-o da revalidação do título no Tour. No ano seguinte, vence a clássica Fleche-Wallone e uma etapa no Dauphine Libere e isso fá-lo chegar com motivação para a Volta a França. As coisas não correram de feição para o francês e abandonou à passagem da 12ª etapa. Em 1987, consegue recuperar as sensações e fica no último lugar do pódio na Volta a Espanha e no Tour finaliza no sétimo posto mas em 1988 volta a abandonar na prova francesa, isto apesar de ter ganho a Milão-São Remo. Mas em 1989, o ciclista francês voltava às grandes exibições. Vencia, novamente, a Milão-São Remo assim como o Giro de Itália. Chegava ao Tour como um dos favoritos e protagonizou uma rivalidade interessante com Lemond no decorrer da prova, em que o americano ganhava tempo e a liderança nos contra-relógios para o francês recuperar a liderança nas etapas de montanha. Chegou à liderança da prova depois de conquistar a etapa de montanha com chegada a Villard de Lans mas perderia na última etapa por apenas 8 segundos para Greg Lemond, sendo a distância mais curta de sempre entre o primeiro e segundo classificado no Tour. Em 1990, venceu o Criterium Internacional e no seu principal objectivo da temporada, o Tour, abandona nas primeiras etapas, regressando a bom nível no ano seguinte na prova francesa, finalizando na sexta posição. Em 1992, vence uma etapa pela última vez e em 1993 nem chega a terminar no Tour. Esse ano de 1993 foi o seu último ano de carreira. Posteriormente, criou uma empresa para organização de corridas, tendo sido responsável, por exemplo, do Paris-Nice. Assumiu o uso de doping durante os anos 80 quando lançou a sua autobiografia. Em 2009, é-lhe diagnosticado um cancro, do qual viria a falecer em 2010.
