Fausto Coppi foi um dos melhores ciclistas italianos da pós-Segunda Guerra Mundial. Sagrou-se campeão mundial e venceu cinco vezes no Giro e duas vezes no Tour.
A quantidade e qualidade de vitórias que Fausto Coppi fez com que lhe atribuíssem a alcunha de “Il Campionissimo”. Nasceu a 15 de Setembro de 1919 e passou uma infância com dificuldades no que toca à sua saúde e educação e, por isso, começou a trabalhar com treze anos. Aos 15 anos ganhava as primeiras corridas e em 1938 decidiu garantir uma licença junto da federação de ciclismo. Ganhou reconhecimento e, em 1939, correu como ciclista independente num calendário que lhe permitia correr entre profissionais e amadores, apesar de estar ligado a uma equipa, a Dopolavoro Tortona. Na primeira corrida teve um azar com o material mas nas corridas seguintes não deu hipótese à concorrência. Mas a primeira grande vitória viria no ano seguinte, em 1940, quando o ciclista fazia parte da equipa Legnano e quando já era companheiro de equipa de uma das maiores figuras italianas, Gino Bartali. Nesse ano conquistou a primeira de cinco vitórias na Volta a Itália. Contudo depois chegou a Segunda Guerra Mundial e Coppi participou na armada italiana e acabou prisioneiro de guerra em 1943.
Fausto Coppi era um ciclista muito completo já que tinha qualidades para o contra-relógio e para as montanhas e cumpria ao “sprint” de grupos reduzidos. Era uma força da natureza. Diz-se que, entre 1946 e 1954, o italiano sempre que se distanciava dos adversários, ninguém o apanhava. Tinha um talento inato para o ciclismo e demonstrava isso a cada corrida. E a corrida em que conseguiu mostrar mais as suas qualidades foi a Volta a Itália. Coppi venceu cinco edições da prova nos anos de 1940, 1947, 1949, 1952 e 1953, sendo um dos recordistas a par de Alfredo Binda e de Eddy Merckx. A organização da Volta a Itália instituiu o prémio da Cima Coppi à montanha mais alta que é percorrida a cada ano. Nos anos em que o italiano venceu o Giro, juntou a vitória da Volta a França nos anos de 1949 e 1952 e no ano de 1953 sagrou-se campeão mundial além do triunfo no Giro. Foi um ciclista fora de série, dos melhores que passaram e que viveu com Gino Bartali, uma intensa rivalidade que apaixonou e dividiu, sobretudo, os italianos pelo que se passava no ciclismo mas também fora dela, como na política. Começou logo no ano de 1940 quando venceu o primeiro Giro sendo que Bartali partiu como chefe de fila mas Coppi não respeitou a liderança instituída e correu em seu próprio benefício. Outra das situações mais gravosas foi nos campeonatos do mundo de 1948 em que preferiram abandonar do que algum deles ter que trabalhar para o outro. Acabaram suspensos pela Federação. Dessa rivalidade ficou para sempre uma imagem do Tour de 1952, ano em que Coppi venceu a prova estando os dois a subir o Col d´Izoard e há um deles que está a dar o bidão a outro, isto porque não existe total certeza de quem deu a quem. Nesse ano, Coppi venceu a chegada ao Alpe d´Huez, a primeira vez que a chegada fazia parte do percurso.
Além das conquistas referidas, o italiano conseguiu muitos outros triunfos importantes como em alguns dos monumentos do ciclismo, como a Milão-São Remo (1946,1948 e 1949), o Paris-Roubaix (1950) e o Giro de Lombardia do qual é recordista de triunfos com cinco edições nos anos de 1946, 1947, 1948, 1949 e 1954. Coppi estabeleceu um novo recorde da hora (45.798 kms) que durou até 1956, quando o francês Jacques Anquetil bateu essa marca. Teve uma carreira longa até ao ano de 1959 e com vitórias conseguidas em todos os seus anos de profissional, ainda que nos últimos anos tenham sido em critérios.
Fausto Coppi viria a falecer ainda em actividade. O italiano foi vítima de malária, isto depois de ter participado com outros ciclistas numa corrida promocional no Burkina Faso e de ter sofrido várias picadas de mosquito durante a noite. Outros ciclistas foram também afectados mas acabariam por recuperar à excepção do idolatrado Fausto Coppi.