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Apresentação da Província de Cabo Delgado
Cabo Delgado é província de Moçambique, localizada no norte do país, limitada a oeste pela província de Niassa, a sul pela província de Nampula, a norte pela Tanzânia (está separada pelo rio Rovuma) e a leste pelo Oceano Índico. A sua capital é Pemba, cidade portuária localizada a cerca de 2.450 km (por estrada) a norte de Maputo.
A área territorial da Província de Cabo Delgado é de 82.625 km², e está dividida em 17 distritos, nomeadamente: Ancuabe, Balama, Chiúre, Ibo, Macomia, Mecúfi, Meluco, Metuge, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda, Muidumbe, Namuno, Nangade, Palma, Pemba e Quissanga. Desde 2013 possui também 7 municípios, nomeadamente: Chiúre (vila), Mocímboa da Praia (vila), Montepuez (cidade), Mueda (vila) e Pemba (cidade).
Relativamente à população residente, e de acordo com os resultados preliminares do Censo de 2017, a província de Cabo Delgado tem 2 333 278 habitantes, o que significa uma densidade populacional de 28,2 habitantes por km², uma das mais baixas densidades populacionais de Moçambique.
A maioria da população tem como língua materna o Emakhuwa, com 66.8%, seguido do Shimakonde, mais falada no planalto, com 21.8%, e em terceiro lugar, o Kinwani, mais falada no litoral, com 6.1%. Entre as outras línguas faladas, incluem-se o Português com cerca de 22.2%, o Swahili, mais falado na fronteira com a Tanzania e o Ajaua, mais falada junto à Província do Niassa.
História de Cabo Delgado
O primeiro contacto com povos e culturas estrangeiras terá acontecido a partir do século VII, com a chegada de mercadores árabes em busca de metais preciosos. Toda a região onde se localiza a província de Cabo Delgado foi fortemente influenciada pela chegada dos árabes, influência que ainda se mantém nos dias de hoje.
Com a chegada dos portugueses no fim do século XV, são estabelecidos diversos assentamentos ao longo da costa do que hoje Cabo Delgado, sendo as ilhas das Quirimbas o ponto central desta presença. Até ao século XIX, a presença portuguesa na região limitou-se a pouco mais do que estes assentos costeiros. Esta situação é contudo profundamente alterada em 1891 com a concessão dos territórios das actuais províncias do Niassa e Cabo Delgado à Companhia do Niassa, uma ‘companhia majestática’ que tinha como missão gerir estes territórios. A gestão da Companhia do Nissa, que se manteve até 1929, acabou por ter uma influência enorme na forma como se intensificou o domínio colonial do território. É durante a administração da Companhia do Nissa a capital do distrito de Niassa (que englobava os territórios das actuais províncias do Niassa e Cabo Delgado) que uma pequena localidade costeira é elevada à categoria de povoação, sendo-lhe atribuída a designação de Porto Amélia e para aí é transferida a capital do distrito.
A ocupação efectiva do território de Moçambique por parte de Portugal é finalizada apenas com o início da Primeira Guerra Mundial e sobretudo após as disputas com a Alemanha pelos territórios do norte do país. Este processo de ocupação do território colonial apenas é concluído em 921 se conquista o Planalto de Mueda, último núcleo de resistência ao poder colonial.
Com o eclodir dos movimentos independentistas, a província de Cabo Delgado assume um importância impar no processo de libertação da ocupação colonial portuguesa. De facto, muitos dos movimentos nacionalistas que se radicaram na Tanzânia eram formados por pessoas originárias de Cabo Delgado e, por outro lado, é em Chai, distrito de Macomia, que a FRELIMO inicia, a 25 de Setembro 1964, a luta armada contra os portugueses.
Após a independência em 1975, a Província de Cabo Delgado inicia uma nova fase da sua história. Esta fase foi, contudo, muito complicada, com a guerra civil a ser dramática para as populações da província. A fuga em massa de inúmeros habitantes, a enorme perda de vidas humanas, a destruição de infraestruturas constituíram a dura realidade em Cabo Delgado ao longo de mais de duas décadas.
Com a paz em Moçambique, conseguida no ano de 1992, a província de Cabo Delgado inicia a sua caminhada rumo ao desenvolvimento. Contudo, e nos últimos anos a província vem sendo assolada pelo crime, com vários grupos organizados a espalharem um clima de instabilidade e insegurança.
