Tribulus terrestris (Abrolhos) | ||||||
Reino | Filo | Classe | Ordem | Família | Género | Espécie |
Plantae | Magnoliophyta | Magnoliopsida | Zygophyllales | Zygophyllaceae | Tribulus | T. terrestris |
Distrib. Geográfica | Estatuto Conserv. | Habitat | Necessidades Nutricionais |
Longevidade |
Polinização |
Cosmopolita | Não Avaliada | Dunas e terrenos incultos | Solos de textura leve | Anual | Autopolinização e entomófilia (ex. abelhas e formigas) |
Características Físicas |
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Anatómicas | Planta rasteira multicaule com flores amarelas e frutos espinhosos |
Tamanho | 25 cm (altura) e até 2 m de diâmetro (máx.) |
Sistemática e distribuição geográfica
O abrolhos é uma planta cosmopolita nas zonas tropicais e temperadas em todo o mundo, sendo o centro da sua origem a região mediterrânea (Sahara). Em algumas zonas é considerada uma planta invasora, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Em Portugal, a sua distribuição é irregular por todo o país sendo esta considerada uma planta autóctone. Contudo, não é uma espécie muito vulgar.
O género Tribulus é uma palavra derivada da Grécia, que significa armadilha espinhosa (dos frutos espinhosos) e terrestris refere-se ao facto de ser uma planta rasteira.
Esta planta, em Portugal, é conhecida por abrolhos, abrolhos-terrestes, abroma, videira da punctura e cruz de malta (devido à forma dos seus frutos, que faz lembrar a cruz de Malta).
Morfologia
É uma planta herbácea rasteira anual de até 25 cm de altura e 2 m de diâmetro (máx.) com caules prostrados ou caídos (ou seja, crescem horizontalmente relativamente ao solo) que irradiam a partir da base. Toda a planta é coberta por pequenos pelos finos. Apresenta folhas pinuladas (compostas por muitos folíolos) com cerca de 4 a 8 pares de folíolos. As flores têm um tom amarelo claro e possuem 5 pétalas. O fruto é uma cápsula pequena (6-7 mm) com espinhos tipicamente dispostos em cruz. Devido aos espinhos existentes no fruto, as sementes contidas neste podem ser dispersadas involuntariamente por animais, fixando-se aos seus cascos. As sementes são de cor amarela e variáveis na forma.
Características edafoclimáticas
Nativa de regiões temperadas e tropicais. Ocorre em praticamente qualquer tipo de solo, mas cresce melhor em solos de textura leve, secos, arenosos e cresce perto de dunas e terrenos incultos. Também cresce em solos mais pesados, especialmente quando estes são férteis ou húmidos, e em solos compactados, como os encontrados ao longo das estradas.
Importância sócio-económica e seus usos
Os frutos e as raízes desta planta têm uma elevada importância sócio-económica. São colhidos na Primavera, quando os frutos estão maduros, e transformados em pó.
É uma planta usada como suplemento nutricional em todo o mundo devido aos seus efeitos medicinais para vária afecções. A sua atividade é adstringente, anti-inflamatória, anti-espasmódica, anti-asténica e diurética.
No entanto, o uso mais divulgado atualmente é o seu efeito sobre a função eréctil; aumento dos níveis de testosterona; aumento da líbido e recuperação da atividade sexual. Nas mulheres, há uma diminuição dos sintomas da frigidez sexual; aumento da líbido e reduz os sintomas da menopausa.
Os frutos secos de abrolhos eram usados, na Grécia antiga, como um laxante suave e um tónico geral. Enquanto na China era usada para tratar problemas de fígado, cardiovasculares, dores de cabeça e exaustão nervosa. Na Índia era muito comum devido ao seu efeito afrodisíaco.
No entanto, existem algumas contra-indicações, nomeadamente, para indivíduos hipertensos e com problemas cardíacos; é considerada uma planta tóxica para as ovelhas e cabras quando consumida em grandes quantidades e também produz fotossensibilidade hepatógena em gado e o uso durante a gravidez, a lactação e indivíduos com hepatopatias.
References:
- Adimoelja A. (2000). Phytochemicals and the breakthrough of traditional herbs in the management of sexual dysfunctions. Int J Androl. 23 Suppl 2:82-4.
- Hashim, S. et al. (2014). Medicinal properties, phytochemistry and pharmacology of Tribulus terrestris l. (zygophyllaceae). Pak. J. Bot., 46(1): 399-404.
- IUCN, Centre for Mediterranean Cooperation (2005). A guide to medicinal plants in North Africa, (Málaga, Spain).