A zebra é um mamífero pertencente à família dos equídeos (Equidae), grupo que partilha com os cavalos ou com os burros. Estes organismos pertencem à ordem dos Perissodáctilos (Perissodactyla), caracterizada por agrupar animais que possuem a extremidade dos membros modificada num casco composto por dedos em número ímpar. No caso das zebras e dos cavalos, o casco possui apenas um dedo funcional. As zebras são animais nativos da África Central e do Sul.
Padrão de riscas único em cada zebra
A principal característica das zebras é a presença de um padrão de riscas vertical distribuído por todo o corpo, alternando entre o tom branco e o preto, exceptuando nas patas onde as riscas são horizontais. Curiosamente, cada indivíduo possui um padrão de riscas único. Recentemente, os investigadores descobriram que o padrão de riscas das zebras é muito eficaz a afastar os insectos, pela forma como reflectem a luz. Os investigadores deste estudo chegaram à conclusão que este padrão é menos atractivo para os insectos.
Estatuto de conservação das espécies de zebras
Existem três espécies de zebras reconhecidas: a zebra-da-planície (Equus quagga) e a zebra-da-montanha (Equus zebra) são animais mais parecidos com os cavalos; e a zebra-de-grevy (Equus grevyi), mais aparentada com o burro e ameaçada de extinção. Esta espécie está classificada com estatuto de conservação de ‘ameaçado’ (EN). As populações desta espécie sofreram um declínio populacional de cerca de 55% entre 1988 e 2007.
A zebra-da-montanha também possui um estatuto de conservação preocupante e está, actualmente, classificada como ‘vulnerável’ (VU). A caça, a produção pecuária e o risco de cruzamento entre subespécies são os principais factores de ameaça.
A zebra-da-planície é a única espécie que possui um estatuto de conservação ‘não preocupante’ (LC). Não há um declínio generalizado ao longo da distribuição geográfica da espécie, porém, a perda de habitat e a caça excessiva estão a levar ao declínio de algumas populações localizadas da zebra-da-planície.
Perissodáctilos
A palavra ‘Perissodáctilo’ tem origem grega e significa, precisamente, ‘dedos ímpares’. O dedo neste grupo está revestido por uma camada córnea que forma o casco ou úngula, termo que dá o nome aos ungulados. Os bovinos e as girafas ou os camelos, também são animais ungulados, mas possuem um número de dedos par. Por essa razão, pertencem à ordem dos Artiodáctilos (Artiodactyla) e não aos Perissodáctilos.
Antepassado dos equídeos
Os equídeos começaram a sua história evolutiva nas regiões das florestas da América do Norte e da Europa. Estas florestas constituíram o habitat dos antepassados das zebras e dos cavalos, que teriam sido uns mamíferos herbívoros pertencentes ao género Hyracotherium.
Ao longo da evolução, diversos caracteres foram sofrendo modificações. O focinho e o pescoço alongaram-se e o número de dedos foi sendo reduzido. Note-se que, neste grupo, apenas um dedo é funcional. No decurso da sua evolução, os Perissodáctilos passaram dos cinco dedos a um dedo funcional (o terceiro). Estas alterações surgiram como resposta evolutiva a uma adaptação à corrida veloz dos equídeos.
As pernas também se tornaram mais altas e mais bem adaptadas à corrida. A dentição foi sofrendo modificações em função de uma alimentação constituída essencialmente de ervas coreáceas, tendo os molares evoluído para triturar alimentos mais rígidos.
References:
- Prado, J. L., & Alberdi, M. T. (2014). Global evolution of Equidae and Gomphotheriidae from South America. Integrative zoology, 9(4), 434-443.
- Egri, Á., Blahó, M., Kriska, G., Farkas, R., Gyurkovszky, M., Åkesson, S., & Horváth, G. (2012). Polarotactic tabanids find striped patterns with brightness and/or polarization modulation least attractive: an advantage of zebra stripes.The Journal of experimental biology, 215(5), 736-745.