O que é a Paleontologia
A Paleontologia é a ciência que estuda a história da vida que já existiu na Terra e a sua evolução. É uma ciência que se debruça sobre o passado e os vestígios biológicos que chegaram até aos dias de hoje e que nos permitem reconstruir a história da vida na Terra.
Dentro dos vestígios sobre os quais se pode debruçar um paleontólogo, encontram-se ferramentas como o registo fóssil e o registo genético. O registo fóssil tem sido a ferramenta utilizada há mais tempo. Os diversos fósseis encontrados ao longo do tempo, por equipas de arqueólogos e paleoantropólogos, têm permitido fazer uma reconstituição da história da vida na Terra.
Umas espécies dão origem a outras
O registo fóssil tem sido muito importante para a obtenção da compreensão de que as espécies evoluem e de que a natureza não é estática. Têm sido detectadas diversas formas fósseis de espécies de animais ou plantas que já se extinguiram e deram lugar a outras espécies com formas aparentadas, porém diversas. Assim, hoje sabe-se que umas espécies dão origem a outras, que se lhes seguem na escala evolutiva da vida e, ao longo do tempo.
O registo fóssil é sequencial
O registo fóssil tem também permitido efectuar a datação da época a que pertencem determinados grupos biológicos, já que, os fósseis sobrepõe-se em camadas geológicas correspondentes a um determinado período de tempo. As camadas sobrepõe-se de forma sequencial, ou seja, as camadas mais recentes encontram-se depositadas por cima das camadas mais antigas.
Estudos genéticos complementam um registo fóssil incompleto
As evidências obtidas através de estudos genéticos têm vindo a complementar os estudos fósseis. Uma das grandes limitações do registo fóssil é o facto de se encontrar incompleto e de ser descontínuo. Os vestígios fósseis são escassos, já que, geralmente ocorre apenas a fossilização de alguns indivíduos representantes do grupo biológico ou taxon a que pertencem. Mesmo assim, os vestígios de um dado indivíduo fossilizado estarão incompletos e dele terão sido fossilizadas apenas algumas regiões do corpo, principalmente, em fósseis de animais com maiores dimensões, como os mamíferos.
Existem também alguns períodos de tempo e zonas do globo caracterizados por não terem boas condições edáficas (relativas ao solo) ou climáticas para a ocorrência de uma boa fossilização e, portanto, serão períodos de tempo dos quais temos um registo fóssil escasso ou ausente.
Com o advento dos estudos genéticos, foi possível aprofundar os estudos de ancestralidade e de relações de parentesco entre indivíduos e populações actuais e espécies passadas, traçando, assim, o percurso evolutivo das espécies, ao longo do tempo, até aos dias de hoje.
Determinadas regiões do genoma com taxas de evolução mais baixas e mais conservadas ao longo do tempo, poderão ser utilizadas como marcadores moleculares (neste caso, seria uma região do genoma informativa para um dado estudo genético) para compreender os padrões evolutivos ocorridos entre dois taxa filogeneticamente relacionados. Através dos estudos genéticos aplicados à biologia evolutiva, é possível estudar a história da evolução da vida, sendo que, a genética constitui uma ferramenta complementar ao estudo do registo fóssil.
References:
Mark Jobling, Edward Hollox, Matthew Hurles, Toomas Kivisild, Chris Tyler-Smith. (2013) . Human Evolutionary Genetics. Garland Science.