O cariótipo é o conjunto completo de cromossomas de uma célula ou de um organismo.
Para cada cariótipo, os pares de cromossomas são distribuídos por ordem de tamanho em um ideograma.
Os cariótipos mostram diferenças marcantes entre espécies e, por vezes, entre indivíduos da mesma espécie. Cada organismo possui um cariótipo padrão que serve de referência para a análise de mutações.
Cariótipo humano
Cada célula do corpo de um ser humano contém 46 cromossomas, à exceção dos gâmetas que contêm metade de o número de cromossomas, ou seja, 23.
Os cromossomas aparecem aos pares: as células humanas têm 23 pares de cromossomas homólogos (o que perfaz um total de 46).
Observa-se que os 23 pares de cromossomas variam bastante em tamanho e posição do centrómero (ver Figura 1).
Procedimento de um cariótipo humano
Para examinar o cariótipo humano, os investigadores recolhem amostras de células sanguíneas (glóbulos brancos), da pele ou do fluido amniótico (neste último caso para análises pré-natais).
Os cientistas usam este tipo de células porque os cromossomas só são visíveis em células em divisão. Os glóbulos brancos podem ser induzidos a dividir-se em meio de cultura tratando-os com certas substâncias químicas.
A cultura de células em divisão é, então, tratada com colchicina que prende as células no estágio de metafase ou profase tardia, quando os cromossomas estão mais condensados.
A seguir, as células são sujeitas a uma solução hipotónica, o que vai inchar e lisar as células e fazer com que os cromossomas se separem para serem mais facilmente observados.
Os cromossomas são corados em preparações microscópicas e fotografados. Depois os cromossomas são eletronicamente emparelhados.
História do cariótipo humano
Até meio dos anos 50 do século passado, quando se passou a empregar novos métodos para fazer o cariótipo, 48 era o número de cromossomas humanos que se considerava certo; isto baseando-se em um estudo de 1923.
Por serem difíceis de separar os cromossomas e contá-los devidamente era a razão pela qual os pesquisadores daquela época achavam que a espécie humana tinha 48 cromossomas.
Foi em 1952 que, por engano, o biólogo celular T.C. Hsu da universidade do Texas, tratando as células com uma solução hipotónica, descobriu que isso fazia as células incharem e ajudava a separar os cromossomas; o que, por sua vez, ajudava na sua contagem.
Já em 1956, os pesquisadores que trabalhavam na Suécia, o J. H. tjio e A. Levan, revelaram, finalmente, que os seres humanos têm 46 cromossomas o que foi corroborado por outros pesquisadores.
A história de como se determinou o número exato de cromossomas humanos é um exemplo paradigmático da auto-correção da ciência. Efetivamente, a melhoria das técnicas empregues e o desenvolvimento de novos métodos pode levar a novas conclusões e a uma reavaliação de fatos ou ideias anteriormente estabelecidas.
References:
- Raver, P. H., & Johnson, G. B. (2002). Biology (6th ed.). Boston: Mcgraw-Hill.
- Solomon, E.P., Berg, L.R., Martin, D.W. (2008). Biology (8th). Belmont: Thomson Brooks/Cole.