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Conceito de Asco
Asco é a designação atribuída à estrutura onde está contida a célula sexual dos fungos, particularmente as células pertencentes aos elementos do filo Ascomycota. Estas estruturas possuem uma forma alongada ou mais arredondada, consoante a espécie, mas têm sempre como função produzir esporos (normalmente 8 esporos) que irão realizar a reprodução dos fungos.
Na maior parte dos casos trata-se de uma estrutura microscópica, sendo que a sua disposição vária consoante o tipo de himénio onde está inserida. A denominação da estrutura (asco) está relacionada com o filo onde são produzidas, isto é, um fungo pertencente, por exemplo, ao filo Basidiomycota, não produzirá estruturas iguais ao asco. Neste caso produzirá estruturas com a mesma função, mas que não são iguais visual e estruturalmente, nem possuem o mesmo nome, no caso deste filo em particular, estas estruturas denominam-se basídios.
Os ascos formam-se na superfície interior de uma estrutura composta por hifas entrelaçadas e compactadas (ascoma/apotécio). Após a maturação dos ascos ocorre a formação de quatro a oito ascósporos (pode ainda ocorrer em outros múltiplos de quatro), estes formam-se por divisões meióticas, seguida por uma ou mais divisões mitóticas, no entanto, em algumas espécies apenas se produz um esporo. Além da produção de esporos, alguns ascos podem produzir centenas de conídios, isto é, esporos assexuados. Ao conjunto formado pelos ascos, normalmente, designa-se por himénio ou camada himenal.
Estes ascos são normalmente formados em estruturas densas, dentro dos corpos frutíferos (ascocarpos/ ascoma) que podem ser visíveis se possuírem um tamanho macroscópico, esta característica não se verifica nos fungos mais primitivos, como são exemplo as leveduras onde estas estruturas não existem.
A libertação do ascósporo pode ocorrer de forma activa pelo asco, isto é, uma parte do asco, normalmente a parte distal (opérculo), quando maduro abre libertando o seu conteúdo. No entanto, nem sempre essa libertação ocorre de forma activa, podendo os ascósporos serem libertados devido à expulsão de um líquido que irá digerir a parede, que envolve os esporos, libertando-os. Os esporos podem também ser libertados sob a forma de uma nuvem de pó seco. Cada asco pode libertar o seu conteúdo de forma individual, ou podem ocorrer descargas massivas, devido à expulsão simultânea dos ascósporos provenientes de vários ascos individuais.
Um asco pode surgir em diversas formas, apresentando estruturas muito distintas:
Asco unitunicado – estes ascos apresentam uma única parede, sendo que pode apresentar uma tampa (opérculo) que impedi a saída dos ascósporos, ou pode surgir sem opérculo. Quando apresenta opérculo esta estrutura é designada por operculada, se não apresentar essa abertura o asco passa a ser considerado inoperculado. No primeiro caso, a presença do opérculo permite a libertação dos esporos a quando da maturação do asco, nesse momento a tampa do opérculo abrir-se-á libertando o seu conteúdo. No caso de um asco inoperculado, encontra-se presente uma estrutura semelhante a uma válvula de pressão que abrirá devido à pressão existente dentro do asco libertando assim o seu conteúdo.
Asco bitunicado – estes ascos apresentam uma parede dupla. A parede exterior é mais fina, enquanto a parede interior é mais rígida e elástica. Após a ocorrência da maturação dos esporos, esta cápsula formada pelas duas paredes abre-se ao meio libertando os ascósporos.
Asco prototunicado – este asco apresenta uma parede fina, não apresentando estruturas especializadas. A libertação dos ascósporos é passiva, normalmente pela ocorrência da desintegração da sua parede.
Asco nú – asco que se forma sem a existência de um ascocarpo (ascoma), sendo por esse motivo independente de um corpo frutífero. Estes esporos não apresentam nenhum mecanismo especial de dispersão.
O asco forma-se durante a reprodução do fungo. As hifas responsáveis pela realização da reprodução irão dar origem a novas células que por sua vez se dividirão, sendo que uma delas (a que apresenta dois núcleos) dará origem ao novo asco, recomeçando assim o ciclo de vida do novo fungo. Esta nova célula que se formou assume o nome de célula mãe do asco devido à ocorrência, no seu interior, do processo de cariogamia.
A forma do asco e o seu modo de abertura e dispersão dos esporos, são de grande importância na classificação e identificação das espécies de fungos pertencentes ao filo Ascomycota. Devido às suas características e ao seu uso na reprodução, estas estruturas são muitas vezes usadas no estudo dos processos que envolvem a realização da meiose.
Palavras-chave:
Fungo
Ascósporo
Ascocarpo
Ascomycota
Hifa
References:
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